TERCA, 22/09/2020, 19:24

Ministério Público pede novo fechamento do comércio em Londrina

No pedido à Justiça, 24ª Promotoria faz um resumo da evolução da doença na cidade e diz que as 24 mortes na primeira semana do mês deveriam ser suficientes para medidas mais severas no enfrentamento à pandemia.

No pedido à 1ª Vara da Fazenda Pública de Londrina, a 24ª Promotoria, especializada na Proteção à Saúde Pública, solicita um novo fechamento das atividades não essenciais em Londrina.  No documento protocolado na Justiça na semana passada, e que ainda não teve decisão, o Ministério Público cita as estatísticas da pandemia da COVID-19 na cidade e pede a suspensão temporária, pelo menos, até que se comprove, com base em evidências científicas e informações estratégicas na área da saúde, a melhora dos números.

A 24ª Promotoria argumenta ainda na petição que as estatísticas mudaram e para pior na cidade. E aponta que o primeiro indicativo disso, surge da comparação entre o número de casos ativos da doença na data do pedido à Justiça, que chegava a 498, e trinta dias antes, quando eram apenas 253. Um aumento de quase 100%.

Outro indicativo da gravidade da pandemia em Londrina, segundo o Ministério Público, seria o aumento expressivo do número de mortes. O MP cita na petição os 24 óbitos em apenas uma semana na cidade, entre 31 de agosto e sete de setembro. E que esse crescimento, por si só, deveria ser suficiente para determinar a adoção de medidas mais severas no enfrentamento à pandemia.

A 24ª Promotoria usa ainda a opinião de especialistas que indicariam que alguns fatores conjugados apontariam para um cenário trágico na cidade, com número de casos e taxas de ocupação de leitos hospitalares aumentando paulatinamente.

O Ministério Público alega ainda no pedido à Justiça que se a taxa de letalidade da doença não é motivo suficiente para a tomada de medidas mais restritivas, o iminente colapso do sistema de saúde talvez o seja e cita também o relatório técnico do COESP do dia nove de setembro, que indica alto risco de evolução da doença em Londrina, com a  chamada bandeira vermelha.

O MP fala também em uma previsão de esgotamento da capacidade de leitos da cidade, apontada por entidades da área da saúde, dentro de 34 dias.

A promotora Susana de Lacerda informou à reportagem da CBN Londrina que, por enquanto, não vai falar sobre o pedido de suspensão das atividades não essenciais na cidade. A Prefeitura informou, por meio da assessoria, que também não vai se manifestar.

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