QUARTA, 28/10/2020, 19:13

Ministério Público pede que ex-Guarda Municipal acusado de matar jovem na zona norte aguarde julgamento em liberdade

No pedido à Justiça, promotor alega excesso de prazo e que apesar da gravidade do crime cometido por Fernando Neves, prisão preventiva deve ser substituída pela tornozeleira eletrônica.

No pedido de relaxamento de prisão do ex-GM Fernando Neves, acusado da morte do jovem Matheus Evangelista, na zona norte no fim de 2018, o Ministério Público, que em outras oportunidades se mostrou contra a liberdade dele, alegou excesso de prazo da prisão preventiva e apontou que a liberdade do réu, no momento, não se mostraria danosa à ordem pública, nem à chamada conveniência da instrução criminal e à aplicação da lei.

No pedido à justiça, o promotor Tiago Gerardi a legislação busca evitar a prisão desnecessária, tornando a prisão provisória ou cautelar como medida extrema e que sua aplicação deve ficar condicionada à impossibilidade de aplicação de outra medida.

O promotor destaca ainda no parecer, que apesar da gravidade do crime cometido por Fernando Neves, o Ministério Público entende que a prisão preventiva dele deveria ser revogada e substituída pela monitoração eletrônica.

O ex-GM está preso há dois anos e meio e foi demitido da Guarda Municipal alguns meses depois do crime. Dois outros ex-Guardas Municipais chegaram a ser detidos, mas só Fernando Neves permanecia aguardando julgamento preso. O GM Michael Garcia, suspeito de envolvimento na morte do jovem, fechou acordo com o Ministério Público e teve o processo extinto.

O julgamento do ex-Guarda Municipal Fernando Neves, que estava marcado para a última terça-feira, já foi adiado em várias oportunidades. Dessa vez, o motivo foi que a sala do Tribunal do Júri ainda não está completamente adaptada às medidas de prevenção à Covid-19.

O ex-GM Fernando Neves será julgado por homicídio qualificado, fraude processual, já que teria levado a vítima baleada até o hospital dentro da viatura da Guarda, e falsidade ideológica, porque teria registrado no Boletim de Ocorrência que o disparo que matou o rapaz teria sido feito por outra pessoa.

Fizemos contato com o advogado que representa a família do jovem Matheus Evangelista, mas até a conclusão da reportagem não tivemos retorno.

Comentários