O estudante de psicologia Thiago Bornia, de 40 anos, é deficiente visual, e a única pessoa em Londrina que conta com a ajuda de um cão-guia. No entanto, ele tem encontrado dificuldades para ser atendido pelos serviços de transporte por aplicativos.

Em diversas ocasiões, os motoristas acionados para a viagem se recusaram a receber o animal, alegando uma série de justificativas. Entre elas, que o cachorro era grande demais e que soltaria pelos no carro. Na semana passada, a situação se repetiu e foi registrada pelas câmeras de segurança da academia, de onde Thiago saía.

A lei 11.126, de 2005, citada pelo estudante, garante a entrada e permanência do animal em locais de uso coletivo, sejam públicos ou privados, inclusive em meios de transporte. Apesar disso, mesmo registrando boletim de ocorrência em cada um dos episódios, os motoristas continuam negando o serviço.

Segundo Bornia, esta situação já aconteceu 12 vezes. Para ele, esse tipo de comportamento está relacionado à desinformação, mas também à falta de empatia, quando a pessoa se coloca no lugar do outro. O estudante considera que a procura por tornar a sociedade mais acessível a pessoas com deficiência é fundamental.

Em relação à dificuldade de ser atendido pelos motoristas, Bornia afirma que já notificou a empresa que oferece o serviço, por meio do próprio aplicativo, mas considera que as respostas oferecidas até o momento não foram suficientes. Ele diz que, agora, deve entrar em contato direto com a companhia em busca de alguma providência.

Em todo o Brasil, mais de 6,5 milhões de pessoas têm baixa visão a cegueira completa. Por outro lado, atualmente, apenas 220 cães-guia estão em atividade no país, de acordo com Thiago Bornia. Entre as dificuldades na popularização dos animais, está o alto investimento para treiná-los.