SEGUNDA, 21/06/2021, 11:44

Movimento pede para que poder público seja responsabilizado por mortes em acidentes envolvendo animais soltos em Londrina

No final de semana, motociclista perdeu a vida após bater contra cavalo na PR-445

Londrina registrou no final de semana a terceira morte, em pouco mais de um ano, em acidentes de trânsito que foram causados por animais que estavam soltos na pista. Dessa vez, um motociclista de 42 anos acabou perdendo a vida depois de atingir em cheio um cavalo que tentava atravessar a PR-445. O animal também morreu na batida. O acidente aconteceu na manhã de domingo (20) em trecho da rodovia localizado nas proximidades do conjunto Jamile Dequech, na zona sul da cidade. O homem trabalhava como coveiro em um cemitério do município e voltava para o distrito de Irerê, onde morava, no momento do acidente.

A morte vai ser anexada em um documento, já formulado pelo Movimento Nacional de Direitos Humanos, que pede para que o poder público seja responsabilizado pelas perdas. A entidade, inclusive, enviou ofícios à prefeitura e ao Ministério Público cobrando que os casos sejam investigados, mas os pedidos teriam sido arquivados. Para o coordenador estadual do movimento, Carlos Enrique Santana, é preciso que o poder público ressarça os eventuais prejuízos das famílias das vítimas e, principalmente, crie mecanismos mais eficazes para evitar que novos acidentes aconteçam.

Vale lembrar que, desde 2019, a criação de animais de grande porte na zona urbana do município é proibida por lei. Apesar disso, muitas pessoas continuam com a prática na clandestinidade. Os animais são vistos, principalmente, nos arredores do jardim São Jorge, na zona norte, e justamente entre os conjuntos União da Vitória e Jamile Dequech, na região sul, onde aconteceu o último acidente. A Secretaria Municipal do Ambiente tem um contrato com uma empresa para o recolhimento dos animais. O município garante que o serviço ocorre todos os dias, sempre quando há denúncias por parte da população. Os animais são recolhidos e encaminhados para uma propriedade rural. Os proprietários têm o direito de reavê-los, desde que paguem uma multa e se comprometam a criá-los longe do perímetro urbano do município. A prefeitura, no entanto, garante que, normalmente, não consegue identificar os responsáveis pelos animais. O dono do cavalo que causou o acidente no final de semana, por exemplo, ainda não foi localizado. A CBN procurou o secretário municipal do Ambiente, Ronaldo Siena, nesta segunda-feira (21), para saber mais informações sobre os trabalhos realizados em relação ao recolhimento de animais, mas não obteve retorno.

O telefone da Sema para denúncias e mais informações é o 3372-4750, mas só de segunda a sexta-feira, em horário comercial. Nos demais dias e horários, a orientação é para que as denúncias sejam feitas diretamente à Guarda Municipal, no 153.
 

Por Guilherme Batista

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