QUINTA, 26/11/2020, 19:03

Novo Coronavírus já tem mais de 100 mutações circulando pelo mundo

Microbiologista explica que as mutações em geral deixam os vírus menos agressivos, mas diz que diante das incertezas da pandemia, ainda é cedo para garantir que elas sejam menos letais.

As mutações nos vírus, dos mais diversos tipos, não são novidade. Foi assim com o H1N1, com o próprio Sars-Cov2 e também com os de outras linhagens, digamos, como o vírus do sarampo. No caso do novo coronavírus os estudos sobre as mutações começaram poucas semanas após a decretação da pandemia pela Organização Mundial de Saúde e já trouxeram algumas informações importantes sobre o comportamento do microrganismo.

A professora doutora em microbiologia da PUC Londrina, Aline Stipp, explica que a mutação é uma espécie de erro na reprodução do vírus e são prejudiciais para ele próprio. A microbiologista diz ainda que, de forma geral, a maioria dos microrganismos mutantes é menos letal. No caso do novo coronavírus, a professora afirma que ele causa sintomas respiratórios menos graves, mas ainda é cedo para dizer se ele é mesmo menos agressivo que o original, por conta das muitas incertezas que ainda cercam a infecção.

A microbiologista diz ainda que as pesquisas também mostram que existem diversos tipos de mutações circulando pelo mundo. Mais de 100 já foram descobertas e é certo que o vírus deve continuar se modificando com o passar do tempo. Aqui no Brasil, apenas duas mutações foram identificadas até agora.

Aline Stipp cita a segunda onda da Covid-19 na Europa, que segundo as pesquisas seria em sua maioria resultado da circulação de uma mutação do vírus com origem na Espanha.

A professora da PUC Londrina diz ainda que na Europa a baixa taxa de mortalidade observada até agora nessa segunda onda, de acordo com os profissionais da saúde de lá, seria fruto da evolução do tratamento da doença e dos cuidados tomados pelas próprias pessoas.

Aline Stipp diz que ainda não se tem informação suficiente para afirmar que o aumento recente de casos no Brasil, que é apontado por muitos como o início da segunda onda, poderia ser resultado de uma mutação, e que, a princípio, esse avanço da Covid-19 estaria relacionado ao afrouxamento das medidas sanitárias.

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