SEXTA, 26/07/2019, 19:08

Núcleo de Investigação e Prevenção de Acidentes entrega relatório ao MP sobre chicane da avenida das Torres

Para especialistas da entidade, sinalização é ineficiente e confusa e seria uma das causas de acidente que matou motociclista no mês passado.

Na teoria, a sinalização horizontal com tachões deveria forçar o motorista a reduzir a velocidade para fazer um pequeno zigue-zague na pista. A chamada chicane foi instalada na avenida das Torres, na zona norte, em junho e, poucos dias depois, um motociclista morreu no local após ultrapassar pela direita um carro que passava corretamente pela chicane.

Na avaliação dos técnicos do Núcleo de Investigação e Prevenção de Acidentes, a sinalização usada na avenida não seria o instrumento mais adequado para reduzir a velocidade na via. Na quinta-feira, a instituição protocolou um relatório sobre o caso na Promotoria de Diretos Constitucionais do Ministério Público, que tem como responsável o promotor Paulo Tavares.

O perito do Núcleo, Samuel Coutinho, diz que o principal objetivo do relatório foi analisar os fatores que teriam contribuído para o acidente. Ele diz que o motociclista errou ao ultrapassar pela direita, mas afirma também que faltou divulgação da nova sinalização, que ele considera ineficiente e confusa e seria uma das causas do acidente.

Psicanalista de formação, Coutinho é especialista em análise de comportamento e conduta no trânsito. O coordenador do Núcleo, explica que, além da dinâmica do acidente, o relatório aponta ainda um problema legal, o fato do Código de Trânsito Brasileiro não prever a instalação dessas chicanes em via urbanas.

O diretor de Trânsito da CMTU, Sérgio Dalbem, diz que a sinalização está prevista em regulamentação do Ministério das Cidades. O diretor diz que a chicane pode ser usada também em outros locais e avalia que o acidente foi causado por imprudência do motociclista.

Sérgio Dalbem afirma ainda que, além da chicane, a CMTU instalou uma faixa elevada no local para auxiliar na redução da velocidade na via. A Promotoria de Diretos Constitucionais do Ministério Público confirmou o recebimento do relatório do Núcleo, mas informou que o promotor ainda não teve acesso ao documento.

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