SEGUNDA, 23/10/2017, 05:30

O caso de um estudante de 14 anos que pegou uma arma e atirou várias vezes contra os colegas, chocou o país e reacendeu o debate sobre o tema

O adolescente, que matou dois alunos e feriu outros quatro na última sexta-feira, seria mais uma vítima de bullying.

O adolescente atirou contra os colegas dentro da sala de aula do 8º ano de um colégio da capital goiana. Segundo o delegado responsável pelo caso, o adolescente disse que sofria bullying de um colega e teria se inspirado nos massacres de Columbine, nos Estados Unidos, e de Realengo, no Rio de Janeiro, para cometer os crimes. O adolescente é filho de policiais militares e teria pegado escondido a pistola .40 da mãe e foi para a escola. De acordo com a Polícia, um dos garotos que morreram seria o principal autor das chacotas e ofensas.

O rapaz teria um histórico de bom aluno, sem registros de problemas disciplinares.

O caso chocou o país e reacendeu a discussão sobre o tema nas escolas e entre os pais. O que fazer para tentar evitar casos como esse? Como as escolas devem agir em casos de bullying? Como deve ser enfrentada a questão? Qual a importância dos pais no enfrentamento do problema?A psicóloga Luciana Gusmão, que tem larga experiência no atendimento de adolescentes, diz que não é fácil, mas a primeira atitude deve ser assumir o problema, tanto a família quanto a escola. Para a psicóloga, a maioria das instituições ensino negligencia o bullying, que na avaliação dela é cada vez mais comum.

Para Luciana Gusmão, o problema pode ser facilmente perceptível no dia a dia da escola, seja em sala de aula ou as atividades extra classe.

A psicóloga afirma que existe uma lei específica para tratar do tema, que inclusive traz uma cartilha antibullying. De acordo com Luciana Gusmão, há escolas que enfrentam o problema, mas outras preferem postergar e amenizar a situação.

A psicóloga afirma que é difícil tentar resumir as causas do problema em poucas palavras. Mas uma coisa certa, boa parte do comportamento de quem pratica o bullying vem de casa.

Para a professora Cláudia Pavanello, que leciona em seis instituições da cidade, ocaso da última sexta-feira teve grande repercussão nas escolas.

Pavanello diz que a cartilha funciona, mas a principal dificuldade, segundo ela é identificar o problema e antecipar reações.

A professora diz que hoje em dia, o bullying ganhou as redes sociais, e principalmente os grupos de whatsapp, e que isso é mais uma dificuldade para identificar o problema e garante que não conhece nenhuma escola da cidade que se omita diante do bullying.

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