SEGUNDA, 26/09/2016, 19:12

Operação do Gaeco investiga fraude no pagamento do seguro DPVAT

Segundo o delegado, o acidentado solicitava o seguro, mas não recebia o dinheiro, que ficava com a empresa Cantoni Revisões. 

O Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado cumpriu 10 mandados de busca e apreensão na manhã desta segunda-feira nos imóveis de propriedade de Marcio Cantoni, dono da Cantoni Revisões. A empresa presta serviço de assessoria para vítimas de acidentes de trânsito para o recebimento do seguro DPVAT. Policiais do Gaeco cumpriram os mandados em um apartamento do Márcio na Gleba Palhano. Lá foram encontradas duas armas e munições, inclusive de uso restrito. Documentos e computadores foram recolhidos na sede da empresa, que fica no jardim Quebec. O delegado Alan Flore afirma que a Cantoni Revisões atuava em duas frentes: o valor do seguro era solicitado pela pessoa acidentada, mas o dinheiro não era repassado; ou, ele era requerido por meio da justiça e a pessoa não ficava sabendo ou não recebia o valor.

O principal investigado teve prisão decretada contra ele. Mas, está fora do Brasil e é considerado foragido da polícia. De acordo com o delegado, o número de pessoas lesadas é “assustador”. Como a investigação ainda está no começo, não é possível precisar números, mas ele afirma que os crimes eram cometidos em todo o Brasil. A empresa tinha 24 filiais até outubro do ano passado, quando começou o processo de falência. A sede em Londrina, por exemplo, funcionava em quatro casas na rua Nevada e empregava 500 pessoas. Agora, são vinte funcionários. Flore afirma que já foi pedido o bloqueio de bens de Marcio Cantoni.

O operador de máquinas, Rafael Junior, de 22 anos sofreu um acidente de moto em novembro do ano passado e até agora não recebeu nenhuma indenização do DPVAT. Ele conta que foi abordado por uma pessoa da empresa ainda quando ele estava internado no hospital.

A forma de abordagem da empresa aos clientes também é alvo de investigação do Gaeco. Segundo o delegado Alan Flore vai ser investigado um possível envolvimento de agentes públicos ou de funcionários de hospitais no repasse de contato das pessoas acidentadas para agentes da empresa Cantoni.

O advogado da Cantoni Revisões, Josafá Guimarães disse que está se interando das acusações contra a empresa e o cliente dele.

Segundo o Gaeco, a empresa comete as irregularidades desde 2005.

Por Claudia Lima

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