SEGUNDA, 16/10/2017, 07:30

Os advogados de Boca Aberta construíram a defesa tendo como principal característica o ataque

Uma estratégia que rendeu 24 recursos e ações ao longo da CP, mas sem resultado esperado

O desafio dos advogados era grande. Para muitos, a defesa do vereador  teve como principal estratégia o ataque.

Já na sessão de instalação da Comissão Processante, no início de julho, o vereador perdeu a primeira batalha, por 16 votos a 3, e a CP foi criada. Ali, começou a se desenhar um cenário difícil para Boca Aberta, apesar de ter sido o vereador mais votado em todo o estado nas últimas eleições.

Em julho, o experiente criminalista Eduardo Duarte Ferreira, assumiu a defesa de Boca Aberta e conseguiu uma vitória nos tribunais. A justiça mandou tirar Jamil Janene da Comissão e substituí-lo por outro vereador, que não fosse suplente.

Como parte da estratégia de ataque, os advogados protocolaram um total de 24 recursos e ações, inclusive no Supremo Tribunal Federal, contra os principais rivais de Boca Aberta na Câmara, entre eles o ex-relator da CP, Jamil Janene, e o atual, Professor Rony Alves e ainda contra decisões da Comissão.

Durante a sessão de julgamento, Eduardo Ferreira manteve o estilo. Na parte da manhã, a defesa usou todo tempo que teve para a leitura das peças do processo. Só os advogados indicaram 125 páginas para serem lidas.  O que levou mais de seis horas. Eram quase três da tarde quando o advogado subiu à Tribuna para iniciar a defesa.  O advogado usou metade das duas horas previstas. Falou em processo maquiavélico e acusou o relator da Comissão Processante de ter aumentado seu patrimônio em quase 200% em 8 anos.

Durante todo o processo, os advogados, e o próprio Boca Aberta, falaram em golpe, complô e linchamento. Foi assim também durante a sessão de julgamento. Em vários momentos, o advogado retomou a estratégia de ataque e criticou duramente o relatório e o relator.

Depois de uma hora, o advogado Eduardo Ferreira encerrou sua defesa e deixou a palavra para Boca Aberta, que teria mais uma hora para se defender. O vereador começou cutucando o relator Rony Alves, que deixou o Plenário assim que ele começou a falar. Boca Aberta afirmou que em nenhum momento recebeu vantagem indevida. Usou trechos de entrevistas para atacar o relatório e até o vídeo causador da denúncia para afirmar que em nenhum momento fez campanha dentro da UPA. E no final da defesa dele, chorou, se disse injustiçado e humilhado.

No final da votação, apesar da estratégia ousada, veio a confirmação. Boca Aberta foi cassado por 14 votos a 5. Eduardo Ferreira diz que continua defendendo o vereador no processo de cassação e que vai recorrer ao STF para tentar reverter a situação.

 

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