Exatos 30 dias após a captação inédita e bem sucedida do pulmão do rapaz de 22 anos aqui de Londrina, realizada em 27 de novembro, a informação é de que o paciente que recebeu o órgão segue se recuperando em Porto Alegre. Em casos como este, o protocolo médico não permite que o estado de saúde do paciente seja revelado em até seis meses após o transplante.

A superintendente do Hospital Universitário, Vivian Feijó, explica que a captação de pulmões é uma das mais complexas, por uma série de critérios clínicos de compatibilidade que precisam ser validados. Foi a primeira captação desse tipo, bem sucedida. A superintendente do HU explica que a logística para a captação dos pulmões envolveu profissionais gaúchos, que vieram até Londrina, e contou com a participação de profissionais de diversos setores do HU: entre eles o Pronto Socorro, o Centro Cirúrgico e a UTI.

A superintendente do HU diz que São Paulo e Rio Grande do Sul são, hoje, os principais centros do país na área. Vivian Feijó, afirma que o Paraná ainda não tem um serviço que realize transplantes de pulmão, já que falta um ambulatório e um centro específico na unidade estadual de referência no assunto, o hospital Angelina Caron, em Campina Grande do Sul, região metropolitana de Curitiba, mas diz que os profissionais do Hospital Universitário vêm sendo capacitados para a captação do órgão.

A superintendente do HU diz que os números do Hospital estão melhorando. Segundo ela, em 98% das mortes encefálicas os pacientes são diagnosticados como potenciais doadores e a taxa de conversão chega a 68%. Em todo o país, 203 pacientes esperam por um pulmão novo. O doador aqui de Londrina foi um rapaz de 22 anos que teve Traumatismo Craniano e evoluiu para um quadro de hipertensão intracraniana. Após a confirmação da morte encefálica, a família autorizou a doação de múltiplos órgãos - o fígado e os rins do jovem também foram doados.