Pandemia deixou pacientes renais em situação dramática, diz nefrologista
Médico alerta ainda para outro problema grave, as sequelas renais de pessoas que tiveram a Covid-19 e que sobrecarregam os hospitais.
A doença renal crônica, ou DRC, é uma lesão nos rins que se mantém por três meses ou mais e tem diversas consequências, entre elas mudanças na pressão arterial, aumento na quantidade de sal no organismo, anemia e problemas ósseos, entre outros. De forma geral, a doença é silenciosa nos estágios iniciais. Não há sintomas perceptíveis ou eles são poucos e também não são específicos.
Em função disto, explica o nefrologista Abel Esteves Soares, é muito comum o diagnóstico ocorrer tarde, quando o funcionamento dos rins já está comprometido e a doença em estágio muito avançado, quando já passa a ser necessária a diálise ou mesmo o transplante renal.
E para evitar isso, diz o médico, que também é doutor em Ciências da Saúde e professor do curso de Medicina da PUC Paraná Londrina, são fundamentais a prevenção e o diagnóstico precoce, com exames como o de creatinina no sangue e o de urina simples.
Mas, o problema em 2020 foi a pandemia e a impossibilidade, em boa parte do ano, de fazer qualquer tipo de exame para detecção da doença. Para os pacientes que já necessitavam da hemodiálise foi um período ainda mais complicado, diz o médico.
Abel Esteves Soares fala em situação dramática para os pacientes renais desde o surgimento da Covid-19, em função da baixa imunidade deles e das altas de mortalidade em caso de infecção pelo novo coronavírus.
Com anos de experiência na área, o nefrologista diz que outro problema grave que surgiu com a pandemia foi em relação aos pacientes que tiveram a Covid-19, ficaram com sequelas renais graves e também passaram a necessitar de hemodiálise.
O Dia Mundial do Rim, celebrado nesta quinta-feira, tem como tema este ano “Vivendo bem com a doença renal”. A data é um alerta sobre a enfermidade, os sintomas e de como levar uma vida melhor, mesmo sendo portador dela.