Nada do que for dito para justificar a morte do menino de apenas 12 anos de idade por coronavírus em Londrina vai apagar a tragédia que gira em torno do caso. É a primeira criança a perder a vida para a doença na cidade. O londrinense mais jovem que, até agora, sucumbiu aos horrores da pandemia.

A confirmação oficial do óbito também vem acompanhada de um fato que não dá mais para ser negado. Por conta das variantes, a doença está mais transmissível e bem mais perigosa. Não há como saber de que forma o vírus irá se comportar. Todos nós, sem exceção, independentemente da idade, estamos vulneráveis.

Um perigo iminente, que pode ser comprovado pelas estatísticas. Até o início do ano, cerca de 85% das mortes registradas em Londrina correspondiam a vítimas com 60 anos ou mais. Atualmente, esse mesmo índice gira em torno dos 74%, uma queda de 11%. Com a população de mais idade vacinada, o vírus tem feito vítimas cada vez mais jovens no município. Já se tornou rotina constar nos boletins diários da doença o registro de óbitos de pessoas com menos de 50, 40 e até 30 anos de idade. Na semana passada, por exemplo, em um único dia, um homem e uma mulher, de 28 e 29 anos, morreram vítimas do coronavírus.

De acordo com levantamento feito pela própria prefeitura, 71 londrinenses que têm entre 20 e 39 anos de idade já perderam a vida para o vírus. A cidade também já registrou a morte de 326 homens e mulheres de 40 a 59 anos. Perdas e mais perdas irreparáveis, de pessoas que tinham praticamente a vida inteira pela frente.

Uma triste realidade que, na avaliação do secretário municipal de Saúde, Felippe Machado, mostra que os cuidados contra a doença precisam ser ainda mais redobrados.