QUARTA, 26/05/2021, 15:55

Paraná a um passo do reconhecimento internacional como área livre de aftosa sem vacinação

Decisão tomada há dois meses por Comitê Técnico da Organização Mundial de Saúde Animal deve ser confirmada nesta quinta-feira, em Paris, pela Assembleia Geral da entidade.

Em agosto de 2020 veio a certificação nacional pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Em março passado, o parecer favorável do comitê técnico da Organização Mundial de Saúde Animal (OIE) para o reconhecimento internacional do Paraná como área livre de febre aftosa sem vacinação. Após o parecer favorável de março, todos os 182 Delegados da Organização foram comunicados da decisão e tiveram dois meses para solicitar informações sobre os pedidos brasileiros.

A Sessão Geral da Assembleia Mundial dos Delegados da OIE, nesta quinta-feira, que este ano ocorre de maneira virtual, é praticamente uma solenidade para confirmar, apesar da votação que ocorre, o que já foi aprovado pela área técnica da organização há dois meses.

Para o secretário Estadual de Agricultura, Norberto Ortigara, que participou ativamente de todo o processo ao longo dos últimos anos, o reconhecimento internacional do Paraná como área livre de aftosa sem vacinação é mais uma conquista histórica para a agropecuária do estado.

Para mudar de status sanitário, o Paraná teve que atender uma série de exigências, entre elas o aprimoramento dos serviços veterinários oficiais e a implantação de um programa para manter a condição de área livre da doença.

O secretário conta que o Paraná buscava essa qualificação há décadas e que um exemplo disso é o início da vacinação do rebanho ainda nos 1960. De lá pra cá, diz Ortigara, o estado fez campanhas para eliminar a doença e mostrar ao comitê técnico e científico da OIE que o vírus da aftosa não circulava mais por aqui.

O reconhecimento, afirma o secretário, é resultado do planejamento e do esforço de toda sociedade, dos produtores rurais ao Governo, e deve abrir novas oportunidades de negócio para a carne paranaense.

O desafio, a partir de agora, é seguir com a vigilância para conseguir manter o status sanitário, o que, segundo Ortigara, deve permitir ao estado entrar em alguns dos mercados mais exigentes do mundo.

O secretário diz ainda que a expectativa é pela ampliação do volume de exportações do estado, não só de carne bovina, mas de quanto será esse crescimento, ainda é difícil dizer, afirma Ortigara.

Desde outubro de 2019 está proibido o uso e comercialização da vacina contra febre aftosa no Paraná. A campanha de vacinação, que acontecia duas vezes por ano, foi substituída pela campanha de atualização de rebanhos, com cadastro obrigatório para garantir a rastreabilidade do rebanho.

Além do Paraná, também aguardam o reconhecimento pela OIE, o Rio Grande do Sul, Acre, Rondônia e parte do Amazonas e do Mato Grosso.

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