A nova pesquisa realizada pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Paraná (Fecomércio PR) revelou que, em março, o Índice de Endividamento e Inadimplência alcançou o maior nível desde janeiro do ano passado, com 90,5%. Desde 2010, quando o balanço começou a ser realizado, esta é a maior elevação registrada para o mês. Em relação a fevereiro, a variação foi de 1,3%.

Rodrigo Schimidt, assessor da Fecomércio PR, explica que a alta do indicador foi puxada pelas famílias de maior renda. A taxa para aqueles que ganham mais de 10 salários mínimos passou de 92,7%, para 95,1%. No entanto, os paranaenses com menor poder aquisitivo também registraram crescimento no número de endividados, que atingiu 89,5% no mês de março.

Mas a nova pesquisa da entidade também apresentou dados animadores, com a queda dos índices que medem o total de consumidores com contas em atraso e paranaenses que não têm condições de pagar dívidas.

Segundo o levantamento, o percentual de inadimplentes no estado registrou queda, de 26,5%, para 25,2%, enquanto o número de paranaenses que não conseguirão honrar os compromissos financeiros caiu para 10,9%.

Schimidt considera que a mudança pode ter relação com recentes alterações na política monetária, com aumento da taxa básica de juros e a restrição de crédito para aqueles que possuem dívidas. Com a possibilidade de refinanciar débitos, muitos optaram pelo pagamento dos encargos.

O levantamento aponta ainda que o cartão de crédito continua sendo o principal motivo de endividamento dos paranaenses, com 74,3%. Os impactos econômicos da pandemia e a crescente onda da inflação, refletida especialmente no preço dos alimentos, fez com que mais famílias buscassem o item para pagamentos.

Além do cartão de crédito, o financiamento imobiliário e o de veículos integram parcela considerável das dívidas dos paranaenses. A pesquisa da Fecomércio PR também revela que os carnês registraram crescimentos significativos no último mês, o que pode significar uma mudança no comportamento do consumidor do estado, em relação aos meios de pagamento utilizados. No entanto, Schimidt afirma que ainda é cedo para confirmar essa possibilidade, o que deve ser acompanhada nos próximos levantamentos.