A Associação Paulista de Medicina fez uma pesquisa com médicos durante duas semanas sobre os problemas do setor em meio à pandemia do novo Coronavírus no Brasil.

Os dados coletados são assustadores, desses que estão na linha de frente da pandemia.

Entre os destaques estão: a preocupação com o que ainda está por vir, que se espera ser pior do que já temos vivido; a possível falta de leitos e de profissionais.

A pesquisa aponta que 96,6% admitem a possibilidade de faltar profissionais para o atendimento e mostra que 58,5% (entre médicos e equipe multidisciplinar) já foram vítimas de violência relacionada à pandemia; 64% dos médicos não foram testados para Covid-19. 84,5% consideram ainda que não atravessamos a pior onda da Covid-19.

Os médicos da linha de frente seguem apreensivos, pessimistas, deprimidos, insatisfeitos e revoltados – em uma somatória de 79,3%. Apenas 20,7% dividem-se entre otimistas (5,3%) e tranquilos (15,4%).           

De acordo com o médico e presidente da Associação de Medicina Paulista, José Luiz Gomes do Amaral, é impossível precisar quando tudo isso vai acabar, mas o remédio hoje em nossas mãos é o isolamento social e fazer isso é preservar a vida humana.

Segundo o médico, a falta de comunicação atual do Ministério da Saúde com ações de enfrentamento ao Coronavírus é preocupante e afeta diretamente o trabalho diário de quem está na linha de frente, os profissionais da saúde.

A pesquisa foi realizada entre os dias 15 e 25 de maio. Foram 2.808 profissionais de todo o País, que responderam o questionário online.