SEXTA, 23/04/2021, 18:49

Pesquisa da Fecomércio indica queda na intenção de consumo dos paranaenses

Avanço da pandemia e incertezas econômicas fizeram com que famílias evitassem novos gastos.

A redução do índice que avalia a disposição do consumidor para ir às compras apresentou uma queda considerável no mês de abril. Com uma redução de 5,5% em relação ao mês anterior, a taxa ficou abaixo da linha dos 100 pontos, o que aponta para um cenário desfavorável.

Os dados são da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) e da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Paraná (Fecomércio PR). De acordo com o levantamento, a mudança na intenção de consumo das famílias paranaenses está diretamente ligada ao agravamento da pandemia da Covid-19.

Segundo o assessor da Fecomércio PR, Rodrigo Schimidt, com medidas mais restritivas para impedir o avanço do coronavírus no estado e também por conta dos impactos econômicos provocados pela crise sanitária, boa parte dos consumidores está evitando gastos, priorizando as despesas essenciais.

O balanço ainda aponta que os efeitos da pandemia são mais percebidos pela população mais pobre De acordo com a pesquisa da Fecomércio, a variação do índice caiu quase 6% entre as famílias que recebem até dez salários mínimos.

Por outro lado, os consumidores com maior poder aquisitivo, continuaram em um patamar considerado positivo, apesar de uma queda de 3,6% na intenção de consumo, em comparação a março.

Outros aspectos analisados pela pesquisa, como acesso ao crédito, perspectiva de consumo, emprego e renda atual, registraram reduções. O assessor aponta que a queda de pessoas empregadas no país também impacta consideravelmente no índice analisado. Entre as classes C, D e E, o indicador de perspectiva profissional, que analisa a expectativa de melhora no trabalho, despencou em 11,5% no mês de abril.

Rodrigo Schimidt afirma ainda que as recentes mudanças na política monetária, com aumento de juros e certa restrição no acesso ao crédito, também foram impactantes para que os paranaenses optassem por quitar dívidas anteriores, em vez de firmar novos compromissos.

O assessor considera que a tão esperada retomada econômica e a volta consistente de indicadores, como o de intenção de consumo e até mesmo de contratação, só serão consolidadas com uma campanha ampla de vacinação em todo o país.

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