Pesquisa desenvolvida por cientista brasileiro busca alternativa para diminuir poluição causada por grandes navios
Se fosse um país, frota mundial de cargueiros seria o oitavo maior emissor de gases de efeito estufa do planeta. Poluição do ar foi o tema da Semana Mundial do Meio Ambiente desse ano.
Uma das principais vilãs da atualidade, a poluição atmosférica entrou para a agenda ambiental de boa parte dos países do mundo. É uma das principais causas do efeito estufa, do superaquecimento do planeta e das mudanças climáticas, com o derretimento das calotas polares e elevação dos níveis dos oceanos, entre outros problemas ambientais.
E entre os países que mais contribuem para o efeito estufa estão o Brasil, principalmente por causa do desmatamento na Amazônia, os Estados Unidos, o maior deles, e a China, com a emissão de gases dos carros, caminhões e fábricas. Em 1997, vários países assinaram o Protocolo de Kyoto, que previa a redução da emissão de gases. Menos os americanos.
De lá pra cá, a poluição do ar não saiu mais da pauta ambiental, e esse ano foi o tema da Semana Mundial do Meio Ambiente, que terminou na quarta-feira. Cientistas de todo mundo passaram a se debruçar sobre o tema. Os carros, por exemplo, já evoluíram muito. Mas, uma pesquisa desenvolvida aqui no Brasil direcionou o foco para uma área até agora pouco estudada. A poluição causada pelos navios cargueiros.
O engenheiro e professor da Escola Politécnica da USP, Maurício Salles, lidera um projeto que tem o objetivo de reduzir a emissão de CO2 dos grandes navios. E ela só vem aumentando ano a ano. Os grandes cargueiros e embarcações já representam impressionantes 2% do total de dióxido de carbono liberado na atmosfera. Se fosse um país, a frota de navios estaria entre os maiores poluidores do mundo.
Hoje, nove em cada dez habitantes do planeta estão expostos a altos níveis de poluição do ar.
Maurício Salles, que também é doutor na área e membro do Instituto de Engenheiros Eletricistas e Eletrônicos, o IEEE, conseguiu bons resultados após simulações que combinaram o uso de geradores a diesel com baterias de íons de lítio nos motores dos navios
O Instituto de Engenheiros Eletricistas e Eletrônicos, o IEEE, é uma das maiores organizações profissionais do mundo, tem 420 mil membros e foi fundado nos Estados Unidos em 1963. A instituição, que tem representantes em 160 países, se dedica ao avanço da tecnologia em benefício da humanidade.