A pesquisa nacional Perfil do Consumidor Inadimplente ouviu 1.471 pessoas. E quase metade dos que estão com o nome sujo em algum serviço de proteção ao crédito, 47%, declarou estar em um nível de endividamento muito alto. Logo em seguida, 26% se disseram mais ou menos endividados e outros 26% pouco endividados. Apenas 1% dos entrevistados declarou não ter dívidas. Realizada entre os dias 23 de maio e 13 de junho, a pesquisa apontou ainda que para 62% dos consumidores negativados, as dívidas comprometem mais de 50% da renda mensal. Flávio Calife, economista da Boa Vista Serviço Central de Proteção ao Crédito, que realizou o levantamento, afirma que os números revelam pouca capacidade do consumidor para pagar as dívidas.

O desemprego é a principal causa da inadimplência para 32% dos consumidores, seguido da diminuição de renda (24%) e do descontrole financeiro (20%). Segundo o economista, a pesquisa revelou uma mudança no quesito causa da inadimplência em relação à pesquisa anterior. No primeiro lugar não houve alteração, mas o descontrole financeiro caiu uma posição. Para Felipe Calife, esse pode ser um dado positivo da crise, por revelar uma evolução no controle dos gastos da parte do consumidor.

A pesquisa mostra ainda que contas diversas, como IPTU, IPVA, despesas de educação e plano de saúde são responsáveis por 25% da inadimplência, seguidas do empréstimo pessoal e consignado, com 17%. Quando perguntados se buscaram ajuda financeira antes de serem negativados, 32% dos consumidores procuraram os bancos, 30% parentes e familiares, 21% financeiras e 17% amigos ou colegas. O economista aponta ainda outra ajuda importante para os consumidores inadimplentes: a liberação das contas inativas do FGTS.

A Boa Vista SCPC tem na sua base de dados mais de 350 milhões de informações comerciais sobre consumidores e empresas, e registra mais de 42 milhões de transações por dia e oferece ao consumidor a consulta gratuita de seus débitos pela internet, no endereço www.consumidorpositivo.com.br.