SEGUNDA, 07/10/2019, 06:42

Prefeito de Ibiporã se diz surpreso com esquema revelado pela Polícia Civil no cemitério da cidade

João Coloniezi afirma que já determinou uma auditoria geral nos títulos do cemitério e diz que coordenador do local já foi exonerado do cargo comissionado e deve ser demitido junto com outros dois servidores municipais, após a conclusão de um processo disciplinar.

A operação Necrópole, deflagrada pela Polícia Civil na última quinta-feira cumpriu cerca de 50 mandados judiciais. A Justiça também decretou a prisão temporária de treze pessoas acusadas de participar do esquema, que teria como chefe, o coordenador da Divisão de Cemitérios de Ibiporã, Paulo Ribeiro, servidor concursado da prefeitura há 20 anos, e que há dez estava na direção do cemitério municipal. De acordo com as investigações da Polícia Civil, os túmulos estavam sendo vendidos ilegalmente.

O grupo, segundo a Polícia Civil, retirava os restos mortais dos jazigos e revendia os espaços para terceiros, sem autorização das famílias. O esquema cobrava pelos túmulos valores que variavam de R$ 2 mil a R$ 22 mil. Também foram presos coveiros e donos de funerárias, que também intermediavam as negociações para o repasse dos túmulos.

O prefeito de Ibiporã, João Coloniezi, diz que foi pego de surpresa e se mostrou triste com todo o esquema denunciado, que ele classificou como absurdo.

A polícia também cumpriu mandados de busca e apreensão em Londrina e Ibiporã. Cerca de quinze veículos foram apreendidos. A justiça também determinou o sequestro de uma casa e uma academia, bens supostamente adquiridos com o dinheiro dos golpes, para garantir uma possível indenização às famílias lesadas.

Coloniezi afirma que o coordenador da Divisão de Cemitérios foi exonerado do cargo logo no dia seguinte à deflagração da Operação. O prefeito diz ainda que já determinou a abertura de uma comissão de investigação para apurar a participação de Paulo Ribeiro, e de outros dois servidores municipais, coveiros do cemitério, no esquema.

O prefeito diz também que determinou uma auditoria geral nos títulos do cemitério municipal e afirma que a Prefeitura ainda não teve acesso ao inquérito. João Coloniezi pede a quem tem familiares no cemitério que entre em contato com a prefeitura, caso identifique alguma irregularidade nos jazigos.

Até agora, a Polícia Civil conseguiu identificar 30 vendas ilegais, mas não descarta que mais gente tenha sido enganada pelo esquema, que pode ter a participação de mais pessoas.

Não conseguimos contato com os advogados dos servidores municipais presos.

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