SEXTA, 24/09/2021, 14:00

Prefeitura de Londrina normaliza distribuição de itens da merenda escolar, mas Conselho alerta para problema recorrente

Modelo de compra seria burocrático e lento, além de não dar autonomia à Secretaria Municipal de Educação

Desde que as aulas presenciais na rede municipal voltaram, no início de agosto, pais vem reclamando da qualidade da merenda servida. Problemas aconteceram de forma irregular, de escola para escola, mas foi confirmada a falta de fornecimento de diversos itens essenciais, como óleo, manteiga, carne vermelha e frango, além de outros de importância secundária. Mães e pais relataram à CBN que houve dias em que foram servidos apenas arroz e ervilha, ou arroz com legumes, ou macarrão puro com ovo cozido. Dóris Andrade da Cruz, do Conselho Municipal de Alimentação Escolar, que fiscaliza e assessora o serviço, fez visitas às escolas e constatou que realmente estavam faltando produtos. Foram solicitadas explicações oficiais e a prefeitura justificou diversos problemas na compra de gêneros alimentícios. Desde a alta de preços até atas vencidas.

Nesta semana, a Secretaria Municipal de Educação informou, por meio da assessoria de imprensa, que o problema havia sido resolvido. Mas, segundo mães ouvidas pela CBN, em algumas escolas a carne ainda não chegou. Segundo o Conselho, esse problema já aconteceu em anos anteriores e pode voltar a ocorrer pois, segundo Cruz, o modelo de compra seria burocrático e lento, além de não dar autonomia à Secretaria Municipal de Educação.  

A falta de um modelo mais ágil afeta diretamente a qualidade da alimentação e da aprendizagem escolar, na opinião das famílias e professores que integram o Conselho de Alimentação que fiscalizam o programa.

A Secretaria de Educação informou que já regularizou a situação com os fornecedores para normalizar o preparo da merenda. Já o secretário de Gestão, Fábio Cavazotti, disse que depois de algumas reuniões com o Conselho, em 2019, já foram tomadas medidas para tornar o processo de compra mais ágil. Foi implantado a partir daquele momento um sistema de gestão de compras com controle de prazos, num trabalho que contou com assessoria da FAUEL. Ele confirmou que a pandemia provocou oscilação de preços e recusa de alguns fornecedores em participar das licitações, por medo de não conseguirem manter preços previstos em ata. Por isso foi baixada uma normativa que possibilitou o reequilíbrio de preços e a retomada do fornecimento dos produtos. Cavazotti informou ainda que sabe que alguns membros do Conselho defendem que a Secretaria de Educação faça suas próprias licitações, sem passar pela Gestão Pública. Porém, pessoalmente, ele vê com reservas a centralização de poderes em um mesmo local.

Por Livia de Oliveira

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