QUARTA, 07/10/2020, 18:12

Procuradoria-Geral de Justiça apresenta pedido para que avó de menina morta em Rolândia vá a júri popular

Eduarda Shigematsu, de apenas onze anos, teria sido assassinada pelo próprio pai, que também responde criminalmente por ter enterrado o corpo da filha nos fundos de uma casa. Ministério Público sustenta que Terezinha de Jesus, avó da criança, sabia do crime e não contou nada para polícia.

A Procuradoria-Geral de Justiça, do Ministério Público do Paraná, apresentou esta semana um recurso contra a decisão de primeira instância que livrou Terezinha de Jesus Guinaia, avó da menina Eduarda Shigematsu, do júri popular. A mulher, de 59 anos, é acusada de participação no crime brutal, registrado em Rolândia no dia 28 de abril do ano passado. Foi neste dia que a menina, já sem vida e com sinais de estrangulamento, foi encontrada enterrada nos fundos de uma casa, de propriedade do pai dela, Ricardo Seidi. Ele foi preso suspeito de matar a própria filha e tentar esconder o corpo dela. O homem, que segue detido até hoje, confirmou a ocultação de cadáver, mas sempre negou que tenha matado Eduarda. A garota, segundo ele, teria tirado a própria vida.

Já Terezinha, avó de Eduarda e mãe de Ricardo, garante que não sabia de nada. Apesar da versão, ela chegou a ficar 58 dias na cadeia. A prisão preventiva, no entanto, não foi renovada pela Vara Criminal de Rolândia, que alegou falta de provas contra a acusada. O argumento é o mesmo utilizado na decisão que, em agosto deste ano, livrou a mulher do Tribunal do Júri.

O Ministério Público, por sua vez, sustenta que Terezinha sabia do crime e não contou nada para polícia. No recurso apresentado no Tribunal de Justiça do Paraná, o procurador Milton Riquelme de Macedo cita, inclusive, que a mulher e Ricardo repassaram informações mentirosas à polícia para evitar com que o corpo de Eduarda fosse descoberto. O processo traz, ainda, um depoimento de um conselho tutelar de Rolândia, que afirmou que ouviu Terezinha dizer a filho que não iria "segurar essa bucha sozinha". O TJ deve analisar o recurso do MP na segunda quinzena de novembro. Em entrevista à CBN nesta quarta-feira, o advogado da avó de Eduarda, Mauro Valdevino da Silva, disse receber com tranquilidade o recurso do Ministério Público. Ele também garante que não há elementos concretos nos autos que comprovam a participação da cliente dele no crime.

Por Guilherme Batista

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