Produtores culturais de Londrina foram surpreendidos nesta semana com o cancelamento do edital do Promic (Programa Municipal de Incentivo à Cultura). Uma lei federal de 2014, que passou a valer no dia 1º de janeiro deste ano, alterou as exigências para a transferência de recursos públicos por meio de convênio com o município. Na prática, com a nova lei, os repasses para os mais de 80 projetos selecionados pela prefeitura foram cancelados. Quatro deles seriam realizados durante o carnaval. O produtor cultural Guilherme Rossini, coordenador do Bloco Bafo Quente e representante dos grupos que iriam animar os foliões, lamentou os prejuízos. Aproximadamente, R$ 60 mil seriam repassados para custear as apresentações do Bloco Bafo Quente e boa parte dos fornecedores já havia sido contratada. Rossini criticou a falta de transparência do município.

Os quatro grupos que realizariam uma série de apresentações em Londrina durante o carnaval devem se reunir em uma apresentação única no aterro do Lago Igapó na próxima terça-feira. Mesmo com o cancelamento do edital do Promic, o repasse de recursos poderá ser feito nos próximos meses. O total previsto é de R$ 4,3 milhões. No entanto, o município terá que elaborar um novo edital em que novos participantes também poderão se inscrevem. Segundo o controlador-geral do Município, João Carlos Barbosa Perez, ainda não há prazos para que sejam feitas as alterações.

O produtor cultural e músico Kiko Jozzolino também lamentou o cancelamento do repasse. A intenção, segundo ele, é readequar a proposta do Festival de Blues de Londrina de acordo com o novo edital que será lançado pela prefeitura. O evento já conta com o apoio de empresas privadas, mas a organização pretende realizar quatro apresentações abertas ao público.