Os moradores de Uraí ficaram dois dias com atendimento de urgência e emergência comprometido na Santa Casa da cidade. A instituição estava sob intervenção municipal desde 2014 por conta de dificuldades financeiras. O acordo terminou neste domingo, quando a administração do hospital voltou a ser responsabilidade da Irmandade Santa Casa. Mas, segundo o prefeito Sérgio Henrique Pitão, a nova diretoria admitiu não ter condições de tocar o hospital e por isso, pediu ajuda da prefeitura novamente.

Por conta da possível suspensão das atividades na Santa Casa, o prefeito assinou um decreto emergencial que permite que o município continue administrando o hospital por 90 dias, prorrogáveis para mais três meses, adentrando o período de gestão do novo prefeito. Na manhã desta quarta-feira, populares fizeram um manifesto na praça central pedindo o não fechamento da unidade. Logo em seguida, com a volta da prefeitura para a administração do hospital, participaram da reabertura do Pronto Socorro.

Por dois anos, a prefeitura repassou ao hospital um valor que varia entre R$ 120 mil e R$ 150 mil, referente aos 1500 atendimentos mensais realizados na unidade. De acordo com o prefeito, com a volta do atendimento da Santa Casa, o Centro Municipal de Saúde continua a atender por 12 horas.

O Ministério Público de Uraí instaurou um processo administrativo para apurar os fatos que culminaram no comprometimento da Santa Casa. O promotor José Roberto Manchini solicitou informações ao município, que tem cinco dias para responder.

O promotor disse, inclusive, que vai marcar uma reunião com os prefeitos atual e eleito para falar da transição do governo e da nova administração do hospital. Até o fechamento desta edição, a reportagem não conseguiu contato com a diretoria da Irmandade Santa Casa de Uraí.