SEGUNDA, 10/04/2017, 19:05

Região de Londrina é a recordista de superlotação nas cadeias e delegacias

Relatório do Tribunal de Contas do Estado revela que nas cadeias e delegacias dos municípios aqui da região são quase 2.400 presos, para menos de 1.200 vagas.

Um cenário de superlotação nas cadeias e delegacias de todo o estado. De acordo com o Relatório de Análise Preliminar do Sistema Penitenciário, elaborado pelo Tribunal de Contas do Estado, todas as 174 cadeias e carceragens de delegacias do Paraná estão superlotadas. São 9.700 presos para pouco mais de 4.400 vagas. Um déficit de mais de 5 mil vagas.

Mas é aqui nas cadeias e delegacias da região de Londrina que a situação é mais grave. São 2.398 presos, para apenas 1.186 vagas. A situação pode ser ainda pior, já que os dados foram levantados em novembro de 2016.

O delegado de Ibiporã, Vítor Dutra, conhece bem essa realidade. Em pouco mais de seis meses, foram três fugas de presos. A delegacia da cidade  tem 145 presos e apenas 35 vagas.

O estudo apontou ainda que um terço dos 29 mil presos do Paraná está em delegacias e cadeias. Além de superlotadas, o relatório revela também que faltam condições adequadas para custodiar tantos detentos. Segundo Vitor Dutra, a delegacia de Ibiporã fica numa área central da cidade, o que deixa muitos moradores, principalmente os vizinhos, assustados a cada notícia de uma nova fuga.

A superlotação repercute também no trabalho da Polícia Civil, já que delegados, investigadores e escrivães são obrigados a deixar em segundo plano sua função principal de investigar crimes. A superlotação esconde mais um problema. Segundo o delegado de Ibiporã, muitospresos das cadeias e delegacias já foram condenados e deveriam estar em penitenciárias, como determina a Lei de Execução Penal.

O levantamento apontou ainda que cada detento dos 33 presídios do estado custa aos cofres públicos mais de R$ 34 mil ao ano, mais de R$ 2.800 por mês. O relatório não informa o custo individual de um detento mantido nas delegacias e cadeias. 

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