TERCA, 28/12/2021, 10:00

Retrospectiva 2021

Na reportagem especial sobre a área de Educação, mostramos como o setor enfrentou a pandemia, a retomada das atividades presenciais ao longo dos meses e as celebrações pelos 50 anos da UEL.

Diante dos desafios apresentados pela Covid-19, o ano de 2021 foi marcado por uma série de discussões na área da educação. Enquanto uma parcela da população apontava que o retorno dos alunos para as salas de aula era fundamental, outra parte dos londrinenses alertava para o risco envolvido no processo de retomada das atividades presenciais, antes que a cobertura vacinal na cidade alcançasse um nível considerável.

Ainda no mês de janeiro, professores e donos de escolas particulares de Londrina se mobilizaram em frente à prefeitura pedindo por uma definição, em relação à volta dos estudantes às instituições de ensino, da rede privada, de forma opcional, como contou a proprietária Naiani Marques, que participou das ações.

Outra preocupação apresentada pelos participantes estava relacionada à situação financeira dos centros de ensino, que permaneceram por um longo período com as atividades comprometidas por conta da Covid-19.

Ao longo de 12 meses de pandemia, cerca de 30 escolas da cidade haviam fechado as portas definitivamente e mais de dois mil funcionários perderam os empregos, segundo André Cunha, presidente do Sindicato dos Professores das Escolas Particulares de Londrina e Região (Sinpro), em entrevista à CBN, em março deste ano.

No decorrer dos primeiros meses de 2021, outros atos foram organizados por mães de alunos, e contaram com o apoio de profissionais do transporte escolar e representantes do setor de uniformes e alimentação. A liberação veio após o Governo do Estado publicar um decreto autorizando a retomada no modelo híbrido, como contou o repórter Guilherme Marconi.

A medida contemplou as escolas particulares e também as estaduais, que foram retornando ao longo dos meses de forma gradual. As instituições de ensino chegaram a ter as atividades suspensas novamente, mas por pouco tempo.

Por outro lado, as aulas na rede municipal de ensino permaneceram em modelo remoto por um período bem mais longo. Apesar dos pedidos, a prefeitura defendeu que era preciso condições epidemiológicas adequadas para que o processo de volta às aulas presenciais fosse possível.

No mês de abril, o Ministério Público do Paraná moveu uma ação civil, em que solicitou o retorno dos alunos às unidades educacionais. De acordo com Josilaine Aleteia, da 22ª Promotoria de Londrina, o pedido buscou que a educação fosse um campo prioritário nos planos de retomada, além de garantir que o acesso entre estudantes da rede pública e privada fosse igualitário.

Ao longo dos primeiros meses de 2021, a rede municipal conduziu as atividades por meio das plataformas virtuais. No caso de alunos que não tinham acesso à internet, materiais impressos foram disponibilizados. Além disso, as escolas realizaram atendimentos individualizados, de forma presencial.

As unidades foram adequadas para receber os estudantes para estas ações, com distanciamento entre as carteiras, higienização dos espaços, utilização de álcool gel e máscara de proteção. A partir de maio, a prevenção à Covid também recebeu um reforço, já que os professores começaram a ser vacinados contra o vírus.

Em entrevista à CBN Londrina, a coordenadora pedagógica da Escola Municipal Miguel Bespalhock, na zona leste da cidade, explicou que este atendimento tinha um papel importante para o acompanhamento do aprendizado das crianças durante o período e também contribuiu para a tarefa de recuperar os conteúdos.

Este modelo de atividades chegou a ser ampliado para seis crianças por vez, após a Secretaria Municipal de Educação entrar em um acordo com o MP. Além dessa medida, a decisão também definiu que a pasta apresentaria, em um prazo de 30 dias, um plano de ação para o retorno do modelo presencial.

Com isso, a discussão a respeito da retomada das atividades nas escolas do município seria postergada para o mês de julho. No entanto, o material apresentado não foi o bastante, na avaliação da Promotoria, que pediu novamente à Justiça, no início de julho, a volta dos alunos para a sala de aula.

Para Josilaine Aleteia, o documento elaborado pela pasta não trazia parâmetros objetivos para analisar os cenários em que a implantação do formato presencial seria possível. Ela também reforçou a importância das unidades de ensino em auxiliar na proteção desta população em Londrina.

Mais de 45 mil alunos são atendidos pelas escolas municipais de Londrina. De acordo com um balanço da Secretaria de Educação, divulgado ainda no mês maio, este número teve um acréscimo significativo em 2021, de cerca de 750 alunos, que estudavam em instituições particulares, como contou o repórter Marcos Garrido.

O retorno às salas de aula para este público aconteceu no início de agosto. Com o avanço da vacinação contra a Covid, os alunos puderam voltar às atividades, em formato híbrido. Esta retomada foi realizada de maneira gradual, ao longo de todo o mês, de acordo com a série escolar.

Na época, as unidades foram liberadas para receber 50% da capacidade. Com isso, as turmas foram divididas e a cada semana, uma parcela das crianças participava do ensino presencial. O atendimento utilizando 100% dos espaços começou a ser realizado cerca de dois meses depois, no dia 4 de outubro.

Ainda assim, a adesão ao modelo continuou sendo opcional. Em entrevista ao CBN Londrina 1º edição, Maria Tereza Paschoal, secretária de Educação de Londrina, afirmou, porém, que 90% dos pais indicaram que levariam os filhos para os espaços. A expectativa era de um aumento no número de alunos presentes nas atividades, ao longo dos meses.

2021 também foi o ano em que a pasta passou a funcionar em uma sede própria, pela primeira vez. Até então, os serviços da Secretaria eram realizados em um imóvel alugado pela prefeitura. Maria Tereza destacou a importância do novo espaço para a população e também para os funcionários da educação.

Ainda no mês de setembro, a Secretaria Estadual de Educação, passou a orientar que o atendimento presencial dos alunos fosse priorizado, tanto na rede pública, quanto particular.

A recomendação foi que o ensino remoto fosse ofertado para aqueles que apresentassem alguma comorbidade ou estivessem em isolamento para Covid. Grupos de pais de Londrina e o sindicato que representa os professores do estado se posicionaram contra a medida. Os responsáveis pediam pelo direito de decidir se os filhos retornariam ao modelo presencial ou não.

De acordo com a programação divulgada, tanto a rede municipal de ensino, quanto as escolas estaduais, dão início ao novo ano letivo a partir do dia 7 de fevereiro.

Além da retomada das aulas presenciais nas escolas da cidade, 2021 também foi marcado pelos 50 anos da Universidade Estadual de Londrina (UEL). Jubileu de Ouro que foi celebrado com uma programação marcada por homenagens, apresentações e o tradicional plantio no perobal do Campus Universitário. Um selo comemorativo também foi criado para a data.

Mais de 80 mil pessoas se formaram em cursos de graduação ofertados pela Universidade ao longo destas cinco décadas em funcionamento, auxiliando e apresentando respostas às demandas de Londrina, como ressaltou o reitor Sérgio Carvalho no especial produzido pela CBN, em homenagem ao aniversário da Instituição.

A UEL teve um papel fundamental na trajetória de tornar a cidade de Londrina referência na área da Saúde, em âmbito nacional. O repórter Guilherme Batista destacou como a formação e a estrutura da Universidade contribuíram para atender a uma demanda crescente da população de toda a região, diante da pandemia da Covid-19.
Além disso, o desenvolvimento da UEL também resultou em marcas importantes para o fortalecimento do setor do agronegócio na região, segundo o professor do

Departamento de Agronomia, Maurício Ursi Ventura, em entrevista concedida ao repórter Marcos Garrido.
Apesar disso, a Universidade permaneceu com o formato remoto ao longo do ano. As atividades presenciais foram liberadas para algumas graduações, da área da saúde, no decorrer dos últimos meses.

No segundo semestre de 2021, os funcionários voltaram gradualmente aos serviços na própria instituição e o Restaurante Universitário, que estava fechado, passou a servir marmitas para este público.

Agora, a UEL se prepara para voltar a receber a comunidade a partir de 24 de janeiro de 2022. A decisão foi tomada após reunião do Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão, como contou, no fim de novembro, o repórter Guilherme Batista.
 

 

Com a colaboração de Cláudia Lima, Marcos Garrido, Guilherme Batista, Guilherme Marconi e do estagiário Mateus Canezin.

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