SEGUNDA, 19/10/2020, 06:50

Sanitarista diz que responsabilidade das escolas particulares é grande e que retomada das atividades presenciais deve ser fiscalizada pelo Município

Já infectologista ouvida pela CBN afirma que volta às aulas depende da realidade de cada família, alerta para os casos em que há pessoas do grupo de risco na casa, mas defende que retorno tem se mostrado necessário para algumas crianças.

Desde março, lá se vão mais de sete meses de escolas fechadas. E as cobranças do sindicato que representa as instituições privadas da cidade pela reabertura foram muitas nesse período. E ela veio após uma ação na justiça que acabou com uma decisão favorável do TJ na última na quarta-feira. Na liminar, o desembargador responsável pelo caso, determinou, por exemplo, que a retomada das aulas presenciais nas escolas particulares, deve ser gradual, escalonada e híbrida, mesclando atividades remotas com presenciais. Mas a escolha deve ser de cada família, segundo o TJ. Eles vão decidir se enviam ou não o filho para a escola, que deve também garantir a continuidade das aulas online.

Na decisão, o magistrado determinou ainda que as instituições devem priorizar o acompanhamento das crianças e adolescentes a partir de três aspectos: pedagógico, social e psicológico, e completa afirmando que a retomada das atividades presenciais não deve ter qualquer intenção de 'buscar o tempo perdido' em relação ao ano letivo.

O Sindicato das Escolas Particulares de Londrina, autor da ação na justiça, garante que todas as cerca de 80 instituições da cidade filiadas à entidade estão preparadas. O Sindicato dos Professores, Sinpro, afirmou que vai ser rigoroso com as condições de trabalho dos profissionais e adiantou que os trabalhadores dos grupos de risco estão fora do trabalho presencial, mas avaliou que a decisão foi sensata.

Para o médico sanitarista, ex-secretário Municipal de Saúde e professor da PUC Londrina,Gilberto Martins, diz que a responsabilidade das escolas é muito grande no processo e avalia que a decisão de retornar com as aulas presenciais tem aspectos positivos, como a retomada do contato entre alunos e professores, e negativos, entre eles a possibilidade de aumento na curva de contágio, pelas próprias características do setor.

Martins afirma ainda que a retomada das aulas presenciais deve ter o acompanhamento e a fiscalização, tanto da Secretaria Municipal de Educação quanto da pasta da Saúde, para que o processo seja acompanhado de perto e todas as medidas de prevenção sejam respeitadas pelas escolas.

A pediatra infectologista Jaqueline Capobiango afirma que cada família tem sua realidade e diz que vai ser preciso um diálogo grande entre pais e escola para uma definição sobre a volta ou não às aulas do estudante. Ela alerta ainda para os casos em que há pessoas do grupo de risco na casa da criança ou adolescente, defende que o retorno para algumas crianças tem se mostrado necessário, mas diz também que cada caso é uma situação diferente.

Na última sexta-feira, a Prefeitura recorreu da decisão junto ao Tribunal de Justiça. A retomada das atividades presenciais nas escolas particulares de Londrina ainda não tem data definida.

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