QUINTA, 16/01/2020, 14:34

Secretaria Estadual de Saúde vai montar comitês de crise para priorizar combate à dengue em cidades que já enfrentam epidemia

Ideia é conscientizar população e preparar postos e hospitais para atender doentes. Em Londrina, já são mais de 500 casos suspeitos de dengue e duas mortes em investigação.

A Secretaria Estadual de Saúde convocou os responsáveis pelas regionais de saúde de todo o estado para uma reunião de emergência nesta quarta-feira. O assunto: a epidemia de dengue que, possivelmente, o Paraná vai enfrentar este ano. A doença se espalhou com rapidez nas duas primeiras semanas de janeiro, ocasionando uma situação crítica em diversas cidades. De agosto do ano passado para cá, o estado registrou mais de seis mil casos de dengue. Em Londrina, são mais de 500 casos suspeitos registrados somente nos primeiros dias deste ano. Duas mortes também são investigadas na cidade.

Em entrevista à CBN nesta quinta-feira, a diretora da 17ª Regional de Saúde, Maria Lúcia da Silva Lopes, disse que a ideia do governo é montar diversos comitês de crise para discutir o combate à dengue com a população e, também, definir o que pode ser feito para acabar com os criadouros do mosquito Aedes aegypti.

Nos últimos dias, o governo realizou uma verdadeira força-tarefa em cidades pequenas que já vivem situações de epidemia. Na região de Londrina, por exemplo, todos os esforços foram voltados para Florestópolis, cidade de dez mil habitantes e que, nos últimos meses, registrou quase 200 casos de dengue. Segundo o secretário estadual de Saúde, Beto Preto, o trabalho de limpeza e de conscientização da população ajudou a diminuir o índice de incidência do Aedes, que estava em 160 por cem mil habitantes no final do ano passado, para apenas nove nesta semana.

O secretário lembra, entretanto, que esse é apenas o início de uma mobilização que precisa ser realizada durante o ano inteiro.

A diretora da 17ª Regional de Saúde destacou, também, que, por meio dos gabinetes de crise, vai ser possível reforçar o atendimento contra a dengue nos postos de saúde e hospitais. Na avaliação dela, as unidades precisam estar preparadas para receber os doentes e, se necessário, encaminhá-los para serviços mais especializados.

Como Londrina teve muitos confirmados no ano passado, mais de três mil, é preciso, segundo Maria Lúcia, ficar atento quando à possibilidade do registro de situações mais graves este ano.

A diretora que todo esse esforço do poder público não vai ser suficiente caso a população não entenda que também precisa fazer parte desse trabalho de combate ao mosquito Aedes aegypti. A orientação é para que os moradores mantenham os quintais de casa limpos e livre de água parada. Como o município ainda não conta com veneno para eliminar as larvas e os mosquitos, é preciso também se prevenir usando repelente e usando telas nas janelas. Num momento tão perigoso, segundo a diretora, todo o cuidado é pouco contra a dengue.

Por Guilherme Batista

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