SEGUNDA, 14/01/2019, 19:04

Segunda audiência da Operação ZR3 deve ficar para o mês que vem

É quando a Justiça pretende começar a ouvir as 83 testemunhas convocadas pela defesa dos 13 réus. Por conta do grande número de depoimentos, fica impossível precisar data para a sentença.

O Ministério Público ainda aguarda respostas da 2ª Vara Criminal de Londrina sobre quando vai ser realizada a segunda audiência da Operação ZR3, que denunciou treze pessoas à Justiça por envolvimento no suposto esquema de corrupção que, de acordo com as investigações, cobrava propina de empresários pra articular a aprovação de mudanças no zoneamento urbano do município. A expectativa é de que a data seja anunciada ainda este mês, mas que a realização da audiência propriamente dita seja realizada apenas em fevereiro mesmo. A primeira audiência ocorreu em outubro do ano passado, para a coleta dos depoimentos das 13 testemunhas de acusação. Algumas delas, inclusive, foram ouvidas por meio das cartas precatórias.

A partir da segunda audiência a Justiça vai coletar os depoimentos das testemunhas de defesa. Os advogados dos treze réus, entre eles os vereadores afastados Rony Alves e Mário Takahashi, apresentam, ao todo, 83 nomes. O promotor do Gaeco, Leandro Antunes, destaca que, por conta desse grande número de testemunhas, a Justiça deve realizar diversas audiências neste ano para ouvir todo mundo. Só depois disso, conforme ele, os acusados vão ser interrogados.

Antunes também afirma que, por conta do grande volume de trabalho, fica difícil precisar uma data para a sentença.

Além de Rony e Mário, foram denunciados por participação no esquema o empresário Luiz Guilherme Alho, que, segundo as investigações, fazia a intermediação dos projetos entre Câmara, prefeitura e Conselho Municipal das Cidades, além do ex-servidor da Secretaria de Obras, Ossamu Kaminagakura, a ex-presidente do Ippul, Inês Dequech, o ex-secretário do Ambiente, Cleuber Brito, entre outros.

As investigações começaram a partir de uma denúncia do empresário Junior Zampar, que procurou o Ministério Público pra dizer que havia recebido as supostas propostas de vantagem indevida dos vereadores acusados.

Ele afirma que, em 2013, Mário Takahashi teria pedido um milhão de reais pra aprovação da mudança do zoneamento de uma propriedade que pertence à sua família. O pagamento seria feito por meio da formulação de estudos de impacto de vizinhança, realizados, segundo o Ministério Público, mediante valores superfaturados e por empresas de fachada. Todos os acusados negam as acusações.

Rony e Takahashi, inclusive, já disseram diversas vezes que estão sendo vítimas de perseguição política, e que não há nenhuma prova contundente contra eles.

Apesar disso, os dois seguem afastados das funções públicas por determinação judicial. O afastamento, no entanto, vence ainda este mês, mas pode ser prorrogado se o Ministério Público fizer um novo pedido à Justiça. O promotor Leandro Antunes disse que ainda analisa essa possibilidade, e que, dependendo da decisão, a solicitação para a prorrogação do afastamento dos parlamentares, que estão longe da Câmara desde o início do ano passado, deve sair ainda esta semana.

Por Guilherme Batista

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