Sementes piratas representam 30% da soja plantada
Problema vem crescendo nos últimos anos e especialistas alertam que esse é mais um exemplo do barato que sai caro. No caso do feijão, estimativas mostram que até 90% das sementes são clandestinas.
O problema é cada vez mais comum, principalmente nas culturas que ocupam grandes áreas. A estimativa da Associação Brasileira dos Produtores de Sementes de Soja é de que, aproximadamente, 30% de toda a semente do grão utilizada nas lavouras do país seja pirata. Sem nenhum garantia de procedência. Os números são motivo de preocupação para os especialistas da área, que dizem ainda que o problema vem se agravando ano a ano.
Com o produtor prestes a começar o preparo do plantio da safra de verão, a Federação da Agricultura do Estado do Paraná e outras entidades se uniram para denunciar o problema. Além do impacto econômico, com queda na produtividade e na rentabilidade da lavoura, existe a questão sanitária, que pode trazer riscos para toda a cadeia da soja.
A assessora técnica da Faep, Ana Paula Kovalski, afirma que o uso das sementes piratas é o famoso barato que sai caro e faz um apelo aos produtores rurais para que utilizem apenas as que têm garantia de procedência.
No caso do feijão, a pesquisadora diz que as sementes clandestinas representam até 90% do total plantado no estado.
Ela cita ainda o desestimulo à pesquisa nacional na área e aos programas de melhoramento genético da soja, públicos ou privados. A assessora técnica da Faep diz ainda que comprar e utilizar semente clandestina é crime, com punições na esfera administrativa e cível.
A safra 20/21 da soja deve ser de 20,4 milhões de toneladas, em torno de 1% inferior à safra anterior. No caso do milho, apesar do preço surpreendente, a área plantada ficou estável e a estimativa é de uma produção de 3,44 milhões de toneladas, cerca de 120 mil toneladas a menos que no ano passado. Já o feijão, a expectativa é de uma pequena queda de 4%, de 316 mil para 302 mil toneladas.