SEGUNDA, 09/08/2021, 18:09

Taxa de endividamento das famílias paranaenses alcança maior patamar dos últimos oito anos

Aumento no indicador pode ter relação com impactos da pandemia na situação econômica do estado, além da alta na inflação.

A nova pesquisa da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Paraná (Fecomércio PR), em parceria com a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), mostra que o número de famílias paranaenses endividadas teve um novo aumento em julho.

Após duas quedas, entre abril e maio deste ano, o percentual voltou a crescer em junho e, agora, alcançou o maior nível desde agosto de 2013, com 91,1%. Este cenário também é observado a nível nacional, apesar de estar em um patamar consideravelmente abaixo, em comparação à situação do estado.

De acordo com o coordenador de Desenvolvimento Empresarial da Fecomércio PR, Rodrigo Schmidt, o volume de endividados no Brasil chegou a 71,4%. O maior em 11 anos. Ele explica que uma série de fatores tem relação com este crescimento, como a alta da inflação e os impactos econômicos causados pela pandemia.

O levantamento mostra que, no Paraná, o endividamento foi impulsionado pelas famílias que ganham abaixo de dez salários mínimos, que passou de 89,7% para 90,8% no último mês. Já no caso daqueles com rendimentos acima deste patamar, o volume de pessoas que apresentam algum compromisso caiu três pontos percentuais, ficando em 92,2%.

Por outro lado, o número de paranaenses com contas em atraso registrou uma redução significativa, de 23,7%. Esta tendência também se confirmou na quantidade de famílias que não vão conseguir pagar a dívida, que também apresentou um recuo no mês de julho.

Schimidt, no entanto, alerta que a nova alta na taxa de endividamento paranaense pode impactar nos indicadores relacionados à inadimplência nas próximas pesquisas.

O balanço realizado pela Fecomércio aponta que o cartão de crédito continua sendo o vilão quando o assunto é endividamento. Quase 70% dos débitos estão relacionados com o método de pagamento. O coordenador avalia que o aumento no uso da modalidade pode ser motivado pela redução de renda dos paranaenses.

Apesar disso, ele considera que a situação econômica deve melhorar com a continuidade da campanha de imunização contra a Covid-19 no estado e uma maior cobertura vacinal da população.

Além do cartão de crédito, o financiamento de veículos e o imobiliário também integram a lista dos principais tipos de dívidas das famílias do estado.

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