QUINTA, 13/08/2020, 18:44

Um dia depois de superlotação, Hospital Evangélico distribui nota afirmando que aumento de 30% na demanda nos últimos quatro anos se reflete na sustentabilidade da instituição

No documento, direção da unidade alega ainda que superlotação é recorrente e que se regulação funcionasse corretamente fluxo de pacientes dentro da instituição seria menor.

Na nota, distribuída à imprensa na tarde desta quinta-feira, um dia depois da superlotação em sua ala do SUS, o Hospital Evangélico reafirmou seu compromisso com a qualidade e a excelência do atendimento, mas alegou que o quadro é recorrente, contínuo e vem de longa data. De acordo com a nota, nos últimos sete meses o hospital vem trabalhando muito acima de sua capacidade, que isso se tornou uma rotina e que a taxa média de ocupação do pronto-socorro SUS é de 188%, com picos de quase 240%.

Apenas em 2020, continua a nota, foram encaminhados 177 ofícios à Secretaria Municipal de Saúde comunicando a superlotação de alguma ala SUS no Evangélico, a maioria referentes ao pronto-socorro. O Hospital alega ainda no documento que, se os encaminhamentos da regulação fossem corretos e mais assertivos, um ponto crucial nesta equação, segundo a nota, o fluxo de pacientes dentro da instituição seria menor.

Além disso, aponta o Evangélico, com o sistema de saúde estrangulado, o chamado contrareferenciamento, quando o paciente menos grave é transferido para uma unidade primária, não é viável. A reportagem da CBN Londrina tentou falar com a direção do hospital para ter mais detalhes sobre os problemas apontados na nota, mas a assessoria de imprensa da instituição informou que não a direção não gravaria entrevista.

A nota do Evangélico alega também que no contrato assinado com o Município em 2016 o hospital seria obrigado a oferecer apenas 480 Autorizações de Internação Hospitalar mensais. Mas, nos últimos 18 meses, segundo a instituição, a média foi de 839. O Evangélico informou ainda que esse número vem aumentando ano a ano. Em 2016 foram 639. No ano seguinte, 685, e em 2018, pulou para 730. Mas, foi em 2019 que, segundo os números da unidade, a média de autorizações deu um salto: 840. Agora em 2020 já são 838 e ainda faltam quatro meses e meio para o ano acabar.

O Hospital conclui a nota afirmando que esse volume de atendimento tem reflexos diretos na sustentabilidade da instituição, já que grande parte dessas contas são reconhecidas, mas não são pagas pelo gestor público. A instituição alega ainda que o contínuo crescimento da demanda provoca também aumento expressivo nos custos e que esta realidade revela o subdimensionamento da rede hospitalar da cidade e a necessidade imediata de novas opções de atendimento e aumento do número de leitos gerais para a população.

Fizemos contato com o secretário Municipal de Saúde, Felippe Machado, para uma resposta sobre as alegações do Evangélico, mas até a conclusão da reportagem não tivemos retorno.

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