QUARTA, 29/05/2019, 21:44

Universidades Estaduais negociam desbloqueio de recursos com Governo, mas focam na divulgação da produção como estratégia para tentar liberar dinheiro

Para diretor de Pesquisa da UEL, produção da instituição é robusta e tem programas de ponta no cenário nacional, mas ainda carece de mais parcerias internacionais.

Na luta por mais dinheiro, depois confirmado o contingenciamento de recursos pelo Governo, a UEL e as outras universidades estaduais parecem ter colocado em prática um plano de divulgação de suas pesquisas e trabalhos. Uma estratégia para fugir da polêmica e do confronto político, concentrada apenas em mostrar a produção acadêmica. Na última manifestação nacional em defesa da educação e contra o bloqueio de recursos federais, por exemplo, a instituição montou uma exposição com parte de seus trabalhos de extensão e pesquisas no Calçadão.

O próprio reitor, Sérgio Carvalho, confirmou a estratégia de ampliar a divulgação da produção acadêmica. E nesse esforço para retomar o orçamento original, a Assessoria de Comunicação da UEL apresentou, há poucos dias, um levantamento das pesquisas e trabalhos, não só da instituição, mas também das outras seis universidades estaduais.

Nos últimos dois anos, foram quase 5.800 dissertações de mestrado e teses de doutorado concluídas. O levantamento apontou ainda que as sete instituições têm 198 mestrados e 92 doutorados em várias áreas. Só na UEL, são 47 mestrados e 30 doutorados, que produziram, respectivamente, mais de mil dissertações e 372 teses.

O levantamento cita também um relatório internacional, produzido para a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior do Ministério da Educação, em 2016, e que colocou o Paraná na quinta posição no país, atrás apenas de São Paulo, Rio, Minas e Rio Grande do Sul. Uma produção considerada robusta, na avaliação do diretor da Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós Graduação, Arthur Mesas, e que tem programas de ponta em todos os ramos da pesquisa nacional, com destaque para as ciências agronômicas e a área da saúde.

Uma pesquisa financiada quase que totalmente com recursos de duas fontes, a União e o Estado. No caso das bolsas, a UEL tem 574 em 67 projetos diferentes, financiadas pelo CNPq e mais 307 bancadas pela Fundação Araucária. Apesar dos bons resultados a nível nacional, Arthur Mesas avalia que a Universidade precisa prospectar mais parcerias fora do país e ampliar ainda mais sua produção científica.

Além do contingenciamento de 20%, o Governo decidiu aplicar a Desvinculação da Receita de Estados e Municípios, a chamada DREM, que dá direito a redirecionar 30% de receitas próprias das universidades, como a arrecadação que vem das taxas do vestibular, da cobrança de serviços e até de repasses do SUS para os hospitais universitários.

Comentários