O orelhão incendiado na avenida Leste-Oeste nesta semana é apenas o último dos inúmeros casos de vandalismo registrados contra bens públicos em Londrina todos os dias. De acordo com um levantamento feito pela CBN, as ações causaram quase R$ 2 milhões de prejuízo aos cofres do município somente este ano. Os criminosos agem em todas as frentes, e saem pelas ruas destruindo tudo o que encontram pela frente: bancos, lixeiras, luminárias, pontos de ônibus... A ação dos vândalos fica escancarada nos mobiliários e equipamentos públicos. Isso quando eles não agem pichando fachadas e edificações. O esqueleto de concreto do Teatro Municipal é marcado pelos rabiscos, assim como a Concha Acústica, um dos principais cartões-postais da cidade, e muitos comércios do centro.

Os criminosos também quebram e danificam para cometer furtos. Um dos principais alvos é a rede de cabos da Sercomtel, que até agora no ano gastou mais de meio milhão de reais para reparar os prejuízos deixados pelos ladrões. Em 2018, foram gastos mais de R$ 1,2 milhão. Em entrevista à CBN em setembro, o diretor de Operações da telefonia, Tiago Caetano, destacou os inúmeros prejuízos que a onda de furtos tem trazido para a cidade.

Nos últimos anos, os vândalos também têm tirado o sossego de quem depende das escolas e postos de saúde. É difícil terminar uma semana sem a notícia de invasões ou arrombamentos.  Os criminosos agem quase sempre nos finais de semana e de madrugada. Danificam portas e janelas, e levam de tudo... Medicamentos, pertences dos funcionários e até a merenda dos alunos. No furto registrado contra a creche da Vila Nova, na semana passada, o prejuízo deixado para trás foi de R$ 12 mil, segundo a diretora da unidade, Angélica Souza.

Segundo levantamento feito pela Câmara Municipal, a prefeitura desembolsa quase meio milhão de reais todos os anos para reparar o prejuízo deixado pelos ladrões e vândalos. Somente na área da Educação, neste ano o gasto chegou a 50 mil reais. A ideia do município e montar uma central de câmeras de segurança e alarmes para atender as escolas e os postos de saúde. A licitação, ainda em fase de formulação, prevê gastos de até R$ 1,3 milhão ao município.

Diante de tantos casos e do enorme prejuízo, fica a pergunta: o que é preciso fazer para conscientizar a população? Para a vendedora Shirlei Lopes, os casos de vandalismo só são reflexo da falta de educação de boa parte da sociedade.

O panfleteiro Jessé dos Santos também foi ouvido pela CBN, e disse que é preciso oferecer outras oportunidades para a parcela da população que age dessa forma.

Para a advogada Bernadete Casarini, é necessária que a população entenda que, se houver a preservação do patrimônio público, vai sobrar mais dinheiro para o governo investir em saúde, educação e outras áreas prioritárias.