SEXTA, 19/02/2021, 18:38

Vazamento de informações expõe brasileiros a novos crimes virtuais.

Especialista em direito digital dá orientações para se proteger de fraudes eletrônicas.

Recentemente, mais de 300 milhões de dados de brasileiros foram divulgados ilegalmente, entre CPFs, registros de celulares, como também, endereços residenciais e propriedade de veículos.

A exposição de conteúdos privados abre brechas para que criminosos se aproveitem para desenvolverem novas formas de golpes. Desde o início do ano, pelo menos dois megavazamentos colocaram informações sensíveis à disposição de pessoas mal-intencionadas.

De acordo com Fernando Peres, advogado especializado em Direito Digital e Crimes Cibernéticos, após a exposição, dificilmente os dados serão recuperados. Ele considera que o compartilhamento indevido evidencia um despreparo por parte das empresas responsáveis pela proteção das informações.

 

O advogado explica que dados ainda mais específicos também foram expostos com os vazamentos, como perfil de compra, classificação de crédito e pagamento de contas. Dessa maneira, criminosos podem adaptar os golpes de acordo com as informações da vítima para simular cobranças, falsificar documentos e realizar abertura de contas em bancos.

 

Segundo Peres, um dos principais métodos para captura destes dados pessoais utiliza o serviço de email para abordar a vítima. Mensagens de texto em celulares e ligações também são muito comuns para aplicação dos golpes. Ele afirma que, com os megavazamentos, a população precisa redobrar os cuidados no ambiente virtual.

De acordo com o advogado é preciso ter cautela com o compartilhamento de informações com empresas e instituições. Ele considera, no entanto, que, mesmo assim, não é possível ter garantias quanto aos dados fornecidos e, por isso, algumas medidas podem evitar a exposição indevida, como alterar senhas com frequência e evitar passar informações pelo telefone. 

 

Fernando Peres ainda orienta para verificar com atenção a veracidade de boletos e em caso de qualquer suspeita, não realizar transações ou fornecer dados pessoais. De acordo com o advogado, o Brasil possui uma legislação que protege as informações pessoais e responsabiliza as empresas pelo vazamento de dados privados. No entanto, ele destaca que é importante identificar a companhia encarregada pela preservação dos conteúdos para que ocorra a condução das implicações jurídicas.

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