SEGUNDA, 22/10/2018, 19:09

Verão vai ser de chuva acima da média e temporais ainda mais intensos que os da semana passada, por causa do “El Niño”

Especialista diz que é cada vez mais difícil prever a intensidade das chamadas tempestades de verão e atribui boa parte do problema à derrubada das florestas do estado.

Entre as principais consequências do aquecimento global, os pesquisadores destacam duas: a elevação do nível do mar, devido ao derretimento das calotas polares. Fenômeno que poderia causar, por exemplo, o desaparecimento de ilhas e cidades litorâneas ao redor do mundo.

Outra consequência do aumento das temperaturas no planeta é a freqüência, cada vez maior, de eventos climáticos extremos, como fortes ondas de calor, grandes secas e tempestades de verão, como as duas registradas na semana passada aqui em Londrina, e que trouxeram ventos de mais de mais de 70 km/h.

No rastro dos dois vendavais, mais de 200 árvores foram derrubadas; milhares de pessoas tiveram as casas destelhadas e ficaram sem energia; e prédios públicos, como unidades de saúde e escolas foram fechadas por conta de problemas diversos.

O agrônomo e professor de Agrometeorologia da UEL, Marcelo Aguiar, afirma que as chamadas tempestades de verão são comuns na região, com o aumento das temperaturas já partir da primavera. O professor explica que a média histórica de chuva no norte do estado até tem se mantido ao longo dos últimos 40 anos. O problema, segundo ele, é quando as temperaturas estão muito altas e a atmosfera está carregada de umidade.

O professor explica que essas tempestades têm como uma de suas principais características o fato de serem localizadas, atingindo às vezes apenas determinada região da cidade. Marcelo Aguiar diz ainda que é, cada vez mais, difícil prever com muita antecedência temporais como os da semana passada. E afirma que, no máximo, a previsão desses eventos pode ser de apenas algumas horas.  

Doutor em Agrometeorologia, Marcelo Aguiar diz que a tendência é que esses eventos extremos se intensifiquem nos próximos anos. E atribui isso à derrubada de grande parte das florestas do estado e o conseqüente aumento médio das temperaturas.

O professor afirma também que as previsões indicam um verão com chuvas acima da média e eventos climáticos ainda mais intensos, tudo por causa do fenômeno “El Niño”, que aquece as águas do Oceano Pacífico e acaba repercutindo no clima do Mundo todo.

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