TERCA, 17/04/2018, 19:44

Vereadores decidem abrir Comissão Processante para investigar Mário Takahashi e Rony Alves

Com a presença dos dois vereadores para se defender, as galerias cheias e muitas interrupções, a Comissão acabou tendo 15 votos favoráveis.

Tarde de decisão e de galerias cheias na Câmara.

E a sessão já começou em clima tenso. Nos bastidores da Casa, o que mais se ouvia era sobre o depoimento de três vereadores, Jairo Tamura, Roque Neto, João Martins, e do suplente Emanuel Gomes, ao Ministério Público para prestar esclarecimentos sobre supostas nomeações para cargos públicos em troca do voto contrário à abertura da Comissão Processante.

Emanuel Gomes assumiu no início da sessão para votar, já que Filipe Barros, do PSL, não poderia dar seu voto por ser o autor da representação.

E Takahashi e Rony Alves conseguiram a liberação da justiça para se defender pessoalmente na Casa. Eles foram afastados por 180 dias, em função da Operação ZR 3, que investiga um total de 13 pessoas, incluindo os dois, por suposta participação em um esquema de alteração no zoneamento da cidade em troca de propina.

De um lado das galerias, apoiadores de Takahashi e Rony. Do outro, críticas e vaias quando os dois fizeram suas defesas.

Takahashi citou a convocação dos vereadores pelo Gaeco e disse que não vai deixar a política. Foi interrompido várias vezes pela plateia e chegou a solicitar ao presidente da Casa que interrompesse seu tempo e pedisse silêncio.

A defesa de Takahashi durou cerca de 15 minutos. O vereador usou um tom sereno e garantiu não ter participado de nenhum esquema.

Rony foi mais incisivo na fala e também foi interrompido diversas vezes pelo público que assistia a sessão. O vereador afastado exibiu vídeos dos depoimentos de outros réus da Operação ZR 3 ao Ministério Público. Entre eles, a ex-presidente do IPPUL, Ignes Dequech, e dois empresários. Rony usa os vídeos para desqualificar a investigação e, assim como Takahashi, afirmou que não há provas contra ele.

Para aprovar a CP eram necessários 13 votos. E a Comissão foi aberta com 15 votos. Quatro vereadores votaram contra: o líder do Governo na Câmara, Péricles Deliberador, Jamil Janene, Guilherme Belinati e o suplente Emanuel Gomes, que assumiu pouco antes da votação.

Logo após a votação, começou a escolha dos membros da CP. Três vereadores, Daniele Ziober, Guilherme Belinati e Tio Douglas, tiveram os nomes sorteados para participar da CP, mas desistiram.

A Comissão foi fechada com Roque Neto na presidência, João Martins, como relator e Vilson Bitencourt como membro.

Para Bitencourt, a convocação de alguns parlamentares pelo Ministério Público, horas antes da votação, não influiu no resultado da votação.

Depois da votação Rony Alves falou com a imprensa. Ao lado do advogado, Maurício Carneiro, o vereador se defendeu, mais uma vez, das acusações e disse que não há provas contra ele. Criticou o fato do Gaeco ter convocado os vereadores no dia da sessão e avaliou que isso teve influência na votação.

O advogado do vereador afastado diz que a defesa vai avaliar a possibilidade de pedir a anulação da sessão por conta da participação dos suplentes de Takahashi e Rony, respectivamente Valdir dos Metalúrgicos e tio Douglas, na votação.  

Carneiro também criticou severamente o trabalho do Ministério Público.

Mário Takahashi também falou com a imprensa após a votação. Disse que relutou em ir à Câmara, mas acabou decidindo ir fazer sua defesa pessoalmente. O presidente afastado da Câmara disse ainda que no campo jurídico não há provas contra ele.

Não quis dar opinião sobre a convocação dos quatro vereadores pelo Ministério Público. Disse ainda que não reza a cartilha de ninguém e que está sendo investigado porque é uma liderança nova e querem acabar com a carreira política dele.

Segundo o presidente da Comissão Processante, vereador Roque Neto, a CP tem cinco dias para definir a agenda de trabalho.

A Comissão Processante tem 90 dias para finalizar os trabalhos e votar o relatório.

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