TERCA, 24/06/2025, 18:23

Agricultores monitoram lavouras com receio dos prejuízos da geada no norte do estado

As principais culturas atualmente no campo e afetadas pela ação do frio são café, hortaliças, frutíferas, como maçã, pera e ameixa, e as pastagens que alimentam o rebanho leiteiro e de corte

A madrugada desta terça-feira (24) foi a mais fria de 2025 até agora no Paraná, com temperatura abaixo de zero em várias localidades. O menor registro ocorreu no município de Palmas, onde os termômetros chegaram a -5,2 °C.

Segundo Ângela Costa, meteorologista do Instituto de Desenvolvimento Rural (IDR-PR), nas lavouras, cada espécie vegetal possui um ciclo fenológico característico que depende das condições climáticas, em especial temperatura e umidade relativa, importantes para a atividade metabólica e para o desenvolvimento normal das plantas.

As principais culturas atualmente no campo e afetadas pela ação do frio são o café; hortaliças; frutíferas, como maçã, pera e ameixa; e as pastagens que alimentam o rebanho leiteiro e de corte. Os cereais de inverno têm resistência maior a baixas temperaturas, mas geadas intensas durante a fase de enchimento de grãos podem comprometer as lavouras.

Nos plantios novos, com até seis meses de campo, recomenda-se o enterro das mudas para a proteção contra o frio. Viveiros devem ser protegidos com várias camadas de cobertura plástica ou com aquecimento. A proteção deve ser retirada assim que a massa de ar frio se afastar e o risco de geada acabar.

Para lavouras com idade entre seis meses e dois anos, a orientação é amontoar terra no tronco das plantas, até o primeiro par de folhas. Essa proteção deve permanecer até meados de setembro e ser retirada manualmente para evitar danos ao tronco dos cafeeiros.

Com relação às hortaliças, recomenda-se o cultivo protegido, com fechamento adequado do entorno das estufas, a suspensão da irrigação alguns dias antes do frio mais intenso, para evitar formação de gelo sobre as folhas, e o aquecimento controlado das estufas, utilizando carvão, com monitoramento constante durante a noite e a madrugada.

Em áreas de cultivo a céu aberto, a proteção é mais complexa, mas ainda assim são possíveis algumas ações: cobrir os canteiros com manta de TNT, utilizar aquecimento com fumaça e realizar pulverizações foliares com soluções salinas, que, quando aplicadas com antecedência, podem ajudar a reduzir o ponto de congelamento das folhas.

Por João Gabriel Rodrigues

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