Observatório rebate Prefeitura e classifica projeto dos supersalários dos secretários como “retrocesso”
Em entrevista à CBN, presidente do órgão ainda afirmou ser um absurdo a Administração Municipal falar em economia com a proposta
O Observatório de Gestão Pública de Londrina (OGPL) enviou ofícios ao Prefeito, vereadores e secretários municipais questionando o aspecto moral do projeto de lei que pretende, entre outros pontos, viabilizar o acúmulo de salário de alguns secretários municipais que têm vínculos com órgãos estaduais e federais. Segundo o texto, eles poderiam receber até 90% do vencimento como secretários (R$ 21.900), além dos valores das funções de origem.
Esta é mais uma tentativa do órgão de barrar a matéria, apresentada pelo Executivo, que tramita na Câmara Municipal de Londrina. Recentemente, houve uma tentativa de acelerar a votação da proposta, colocando-a em regime de urgência – condição que foi barrada depois de pressão popular. O projeto segue o processo normal dentro do Legislativo e ainda não tem prazo para chegar ao plenário.
Segundo o presidente do OGPL, Roger Trigueiros, além desses ofícios, outro documento foi enviado à CML pedindo uma audiência pública sobre o tema.
Recentemente, o Controlador-Geral do Município, Guilherme Arruda, em entrevista coletiva, afirmou que o projeto traz economia aos cofres públicos – discurso que repete afirmação dada pelo próprio Prefeito Tiago Amaral meses atrás, quando o protocolo da matéria no Legislativo Municipal veio à tona. Para Roger Trigueiros, é um absurdo classificar a matéria dessa maneira.
Na queda de braço, que se arrasta, o Observatório segue ao encontro do Ministério Público, que recentemente sugeriu a devolução dos salários recebidos até agora pelo Secretário de Gestão Pública e Recursos Humanos, Leonardo Carneiro, e pela Secretária de Saúde, Vivian Feijó.
Apresentado em março, o projeto ainda tramita nas comissões da Câmara Municipal, depois de ter o pedido de tramitação em urgência rejeitado.