MP denuncia responsáveis por clínica de reabilitação em Londrina por homicídio e tortura
Quatro pessoas são acusadas de crimes graves contra pacientes; dois internos morreram após sessões de violência
O Ministério Público do Paraná (MPPR) denunciou quatro responsáveis por uma clínica de tratamento de dependentes químicos em Londrina, por crimes de extrema gravidade. Entre as acusações estão homicídio, tortura, cárcere privado, sequestro e lesão corporal grave.
Segundo a promotora de Justiça Susana Lacerda, as investigações apontam que pacientes da instituição foram submetidos a práticas violentas, como a administração forçada de medicamentos controlados, sessões de afogamento e agressões físicas constantes.
Ao todo, 18 internos teriam sido vítimas das violências, cometidas de forma reiterada entre os anos de 2021 e 2023. Dois deles não resistiram e morreram em decorrência dos maus-tratos. Entre os denunciados estão o proprietário da clínica, um monitor, um administrador e um coordenador.
As apurações também revelaram que a clínica realizava internações involuntárias sem autorização judicial ou laudo médico, inclusive recebendo pessoas trazidas por meio de chamados “resgates sociais”, prática proibida por lei. Após essas internações forçadas, os pacientes eram submetidos a agressões como estrangulamentos, conhecidos como “mata-leão”, além de amarrações.
A denúncia foi aceita pela Justiça na última quinta-feira, dia 11, e o processo tramita na 5ª Vara Criminal de Londrina. Além da condenação criminal, o Ministério Público pede que seja fixado um valor mínimo de indenização por danos morais às vítimas.