QUARTA, 13/10/2021, 18:36

Pais de escola estadual em Cambé denunciam que filhos com comorbidades não estão tendo mais acesso às aulas remotas

Plataforma usada por professores para a transmissão do conteúdo foi desativada para forçar estudantes a voltarem ao ensino presencial. Pais também destacam que o distanciamento não está sendo cumprido nas salas de aula, e que pelo menos dois alunos já foram infectados pelo coronavírus no colégio.

Um grupo de pais de estudantes do Colégio Estadual Attílio Codato, em Cambé, está indignado com a forma com a qual a direção da escola tem tratado o processo de ensinamento dos adolescentes que continuam estudando de casa. Depois de uma nova resolução da Secretaria Estadual de Educação (Sesa), as aulas presenciais foram retomadas de forma integral em toda a rede estadual de educação, mas parte dos alunos, que possui comorbidades, pôde escolher continuar recebendo o aprendizado de forma remota. O problema, de acordo com os pais, é que o colégio desativou a plataforma do Google Meet que era utilizada pelos professores para a realização das atividades online. Sobrou apenas o Classroom, onde não há aulas em tempo real, e só a postagem de textos com o conteúdo e as atividades. Ou seja, o ensino remoto parou de ter o mais importante: as explicações por parte dos professores.

A servidora pública Maria Limiro Ferreira Ikimoto, mãe de um estudante de 16 anos que tem doença respiratória crônica e, por isso, não voltou para a sala de aula, está indignada com a situação. Ela disse que, segundo a diretora do colégio, o Meet teria sido desativado de propósito pelo Núcleo Regional de Educação para que os alunos que não têm comorbidades fossem forçados a retornarem ao ensino presencial.

E a situação ficou ainda pior, conforme ela, depois que um estudante do 7º ano acabou sendo infectado pelo coronavírus. Uma outra aluna também já teria positivado para a doença, e um professor, da disciplina de Geografia, se afastou para a realização de exames. Neste caso, toda a turma teve que ser dispensada, e estaria recebendo o conteúdo de casa, também de forma precária pelo Classroom.

Os pais também destacam que o distanciamento de pelo menos um metro entre os alunos não está sendo cumprido nas salas de aula, e que há aglomerações na entrada e na saída das turmas e durante a educação física.

A CBN entrou em contato com a direção da escola nesta quarta-feira (13), mas não obteve retorno até o fechamento desta reportagem. Por meio de nota, a diretora do Núcleo Regional de Educação, Jessica Pieri, informou que, conforme a nova resolução do Governo do Estado, as ferramentas utilizadas para as aulas remotas, como o classroom, o meet e os materiais impressos, serão disponibilizadas somente para estudantes com comorbidades ou nas situações onde houver a necessidade de fazer revezamento das turmas. 

Ainda segundo a diretora, as aulas voltaram a ser presenciais e a frequência do estudante à escola se faz necessária, sempre seguindo os protocolos de biossegurança. Já os alunos que apresentarem comorbidades, de acordo com Jessica, precisam entrar em contato com as equipes pedagógicas das escolas para que, juntamente com o corpo docente, possam planejar o atendimento necessário.

Os pais dos alunos prometem realizar uma manifestação em frente à sede do Núcleo Regional de Educação, em Londrina, no final da manhã desta quinta-feira (14), cobrando mais explicações e, principalmente, a reativação da plataforma Meet no colégio.

Por Guilherme Batista

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