SEGUNDA, 19/06/2023, 15:56

Pais e filhos relatam momentos de desespero após ataque que deixou estudante morta e outro gravemente ferido em escola de Cambé, no norte do Paraná

Adolescente machucou a mão após pular a janela da sala onde estava no momento do tiroteio. Uma outra estudante foi alvo do atirador, mas, por sorte, não foi atingida.

Bruno Matheus Correia tem 16 anos de idade e, na manhã desta segunda-feira (19), precisou correr para salvar a própria vida. O adolescente é aluno do Colégio Estadual Helena Kolody, em Cambé, no norte do Paraná, e estava na sala de aula no momento em que o colégio foi invadido por um ex-aluno armado. O rapaz de 21 anos abriu fogo contra estudantes que aproveitavam a aula vaga no pátio. Uma aluna, identificada como Karoline Alves, de 17 anos, foi baleada na cabeça e morreu na hora. O namorado dela, Luan Augusto, de 16 anos, também foi alvejado na cabeça e segue internado em estado gravíssimo no Hospital Universitário de Londrina. Em entrevista à CBN, Bruno Matheus contou que, assim que ouviu os primeiros dos mais de 15 disparos efetuados pelo atirador, resolveu sair o quanto antes do colégio. Ele pulou a janela da sala e chegou a ajudar um colega antes de sair correndo. O vidro trincou e o rapaz chegou a machucar as mãos. Nada muito grave perto do que poderia ter acontecido.

Bruno Matheus contou que conhecia as vítimas do atirador. Emocionado, ele disse ter medo de voltar a estudar.

A mãe do estudante, Eliane Correia, correu até a escola após receber uma ligação do filho, e ficou aliviada ao ver que o adolescente tinha conseguido escapar.

Susto grande também para o seo Evair Máximo e os filhos Iohan e Kimberly, de 16 e 14 anos de idade, que estavam no colégio no momento do ataque. O irmão mais velho conseguiu sair correndo durante o tiroteio, mas a adolescente não teve a mesma sorte.

A aluna contou, inclusive, que acabou ficando cara a cara com o atirador. O suspeito chegou a disparar contra a jovem, mas, por muita sorte, o tiro não a atingiu.

O pai disse que foi um milagre os filhos terem escapado sem ferimentos do atentado.

O atirador foi até o colégio dizendo que queria o seu histórico escolar. Ele pediu o documento a uma funcionária e afirmou que iria ao banheiro. Foi o pretexto utilizado pelo rapaz para o início do tiroteio. A CBN teve acesso a uma mensagem de áudio da servidora que atendeu o suspeito. Ela precisou se trancar dentro de uma sala para não ser baleada.

O atirador só não fez mais vítimas porque foi contido por outro funcionário, que conseguiu desarmá-lo. O rapaz foi preso em flagrante e encaminhado para uma delegacia em Londrina. Com ele, os policiais apreenderam o revólver calibre 38 usado no ataque, mais de 40 munições e uma machadinha.

Por Guilherme Batista

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