O projeto analisou 135 amostras de linguiça frescal, adulteradas propositalmente com carne de cabeça suína. Com financiamento de quase R$ 30 mil do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico, CNPq, o projeto trabalha com um equipamento fixo e outro portátil. O coordenador da pesquisa, professor Rafael de Carvalho, do Centro de Ciências Agrárias da UEL, acredita que os equipamentos podem ser utilizados futuramente por órgãos fiscalizadores, como o Ministério da Agricultura e a ANVISA para análise da qualidade da carne brasileira.

Ele diz que o equipamento portátil, por exemplo, pode ser levado aos frigoríficos e impedir que alguns produtos cheguem até o mercado. O pesquisador explica que nos dois casos, do aparelho fixo e do móvel, o resultado sai em menos de um minuto.

Segundo Carvalho, a técnica usada na pesquisa também é mais barata que a existente hoje no mercado e ainda reduz a poluição ambiental, já que não utiliza reagentes químicos.

O pesquisador explica que a linguiça com excesso de carne de cabeça suína, por exemplo, tem mais gordura, o que gera mais oxidação no produto e no corpo humano e acaba sendo prejudicial à saúde já que pode causar uma série de doenças.

Rafael Carvalho conta que o ponto inicial da pesquisa "Identificação e caracterização de fraudes em produtos cárneos", foi a deflagração da Operação Carne Fraca, em 2017.

Além dos professores do departamento de Zootecnia, o projeto envolve ainda pesquisadores de outros departamentos da própria UEL e de outras universidades.

Rafael de Carvalho afirma que além da pesquisa com as linguiças de carne suína, também foram analisadas amostras de salsicha e hambúrguer, que têm restrição quanto à concentração de gordura, entre outros pontos, e que a intenção é ampliar as avaliações para outros produtos.