SEGUNDA, 05/09/2016, 00:05

Ações voltadas a crianças e adolescentes devem ser encaradas como prioridade na Assistência Social por candidatos a prefeito de Londrina

A avaliação é de especialista na área. Porém, os planos de governo dos políticos trazem poucas propostas sobre o tema.

A secretaria de Assistência Social costuma ficar com a terceira maior parte do orçamento do município, mas, até agora, os candidatos a prefeito de Londrina pouco falaram de suas propostas para o setor na propaganda eleitoral ou no primeiro debate entre eles. Diante disso, nossa reportagem pesquisou os planos de governo apresentados à Justiça Eleitoral pelos postulantes ao cargo.

Nas propostas de André Trindade, do PPS, não há um tópico voltado especificamente à assistência social. A área está inserida no campo de “desenvolvimento social”. O candidato fala em “descentralizar” o serviço e promover ações intersetoriais. Luciano Odebrecht, do PMN, também não reservou um espaço apenas para a assistência social. Em certo trecho do plano de governo, ele diz que pretende “aprimorar” o sistema de avaliação das políticas do setor.

Já as propostas dos demais candidatos têm trechos destinados somente para a assistência. Flávia Romagnoli, da Rede, conta que tem a intenção de promover a “efetiva” inclusão social da população em situação de vulnerabilidade e pobreza. Nesse mesmo tom, Sandra Graça, do PRB, projeta em suas propostas a “busca contínua” da erradicação da pobreza. O plano de Valter Orsi, do PSDB, promete “incentivar a universalização” das políticas de assistência social.

O candidato Marcelo Belinati, do PP, afirma em suas propostas que estuda incrementar os Centros de Referência de Assistência Social e integrar a pasta com outras secretarias. Paulo Silva, do Psol, pede a municipalização dos Cras que não estão sob a gestão da prefeitura e também alega que Londrina ainda não efetivou por completo seu Sistema Único de Assistência Social. Por fim, Odarlone Orente, do PT, declara em seu plano que pretende aprimorar a gestão das informações da Assistência Social e desenvolver políticas de qualificação profissional para as pessoas atendidas pelo órgão.

Para a coordenadora da especialização em Planejamento e Gestão de Programas e Projetos Sociais da UniFil, Selma Frossard, a principal demanda da Assistência em Londrina está ligada a crianças e adolescentes em situação de vulnerabilidade social. O tema, no entanto, tem pouca profundidade nos planos de governo dos oito nomes que disputam a prefeitura.

A especialista apontou também que o município tem de articular com o governo do Paraná maneiras para proteger os adolescentes que sofrem ameaças de morte.

Selma Frossard avaliou ainda que as ações entre a Assistência Social e outras secretarias, como as de Saúde e Educação, devem ser mais bem articuladas. De acordo com ela, as conexões existem, mas possuem entraves que barram seu efetivo funcionamento.

Para a professora, o orçamento do setor também precisa ser preservado, já que, segundo ela, a pasta é umas das primeiras a sofrer cortes em momentos de crise.

Conforme Selma Frossard, para que as promessas dos políticos se tornem realidade, os conselhos – e não apenas o de Assistência Social – têm de criar ferramentas para poder cobrar quem assumir a prefeitura a partir do ano que vem.

Comentários