SEGUNDA, 16/08/2021, 17:29

Açougueiro acusado de matar a ex-esposa a facadas vai a júri popular nesta quarta-feira em Londrina

Caso é acompanhado de perto pelo Observatório Néias, que destaca que o crime poderia ter sido evitado. A vítima, Sandra Mara Curti, segundo a entidade, teve um pedido de medida protetiva contra o ex-marido recusado pela Justiça dois dias antes de ser assassinada.

O açougueiro Alan Borges, acusado de matar a ex-esposa, Sandra Mara Curti, em Londrina, no dia 6 de julho do ano passado, vai a júri popular nesta quarta-feira (18). A sessão vai ter início por volta das 9h e deve durar o dia todo. O julgamento será transmitido pela internet. Segundo a denúncia, o acusado cometeu o crime por não aceitar o fim do relacionamento. Ele usou uma faca do trabalho para tirar a vida da ex-esposa. Sandra foi golpeada pelo menos 22 vezes, chegou a ser socorrida para um hospital, mas faleceu no caminho. O crime foi cometido na frente dos dois filhos do casal, de 8 e 12 anos de idade.

Borges está preso desde o ocorrido. Por meio do advogado, argumenta que agiu sob forte emoção depois de ter sido provocado por Sandra. O caso, de grande repercussão, está sendo acompanhado pelo Observatório Néias, entidade criada na cidade há alguns meses justamente para monitorar investigações relacionadas aos crimes de feminicídio tanto consumado quanto tentado. Em um informe divulgado para a imprensa, o observatório destaca que a morte de Sandra poderia ter sido evitada. A mulher chegou a pedir uma medida protetiva contra o ex-companheiro, mas teve a solicitação negada pela Justiça dois dias antes de ser assassinada. No documento, a entidade também critica os argumentos usados pela defesa de Borges, que alega que ele teria perdido a cabeça durante uma discussão com Sandra. Na avaliação do observatório, a versão é "uma tentativa de culpabilizar a vítima por ter feito sua escolha de separar-se daquele que lhe fazia mal".

A realização do júri foi recebida com alívio por Sueli Curti, irmã de Sandra.

Ela diz esperar que a justiça seja feita, com Borges sendo condenado à pena máxima pelo crime cometido.

Alan Borges é acusado de feminicídio triplamente qualificado, por motivo fútil, meio cruel e sem possibilidade de defesa da vítima. Caso seja condenado, ele pode pegar mais de 30 anos de prisão.

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