SEGUNDA, 22/08/2022, 16:06

Acusados de executar atentado que terminou com agente penitenciário morto vão a júri popular nesta quarta-feira em Londrina

Servidor estava em viatura do SOE, que foi atingida por tiros de fuzil na zona sul em 2016. Outros dois agentes também ficaram feridos, mas conseguiram sobreviver.

Os acusados de orquestrar e executar um atentado contra agentes penitenciários na zona sul de Londrina, em dezembro de 2016, vão a júri popular no Fórum Criminal da cidade nesta quarta-feira (24). As vítimas estavam em duas viaturas do SOE, o Setor de Operações Especiais do antigo Depen, o Departamento Penitenciário do Estado, e tinham acabado de deixar a unidade dois da Penitenciária Estadual de Londrina (PEL 2).

As equipes foram cercadas pelos suspeitos na avenida Guilherme de Almeida, na zona sul da cidade, e não tiveram chance de reação. Os criminosos, que estavam em dois carros, usaram fuzis para abrir fogo contra os oito agentes. Três ficaram feridos, sendo que Thiago Borges de Carvalho, de 33 anos, foi atingido na cabeça e morreu no local. Os outros dois servidores foram alvejados de raspão e, após tratamento no Hospital da Zona Sul, conseguiram sobreviver.

Durante as investigações do caso, a polícia descobriu que o atentado foi executado por integrantes de uma facção criminosa em represália ao trabalho realizado pelas equipes do SOE nos presídios do estado. Os agentes atuavam em situações de crise e, também, combatendo a entrada de objetos ilegais nas unidades e o fornecimento de regalias a determinados presos.

Em junho de 2017, seis meses após o atentado, a Secretaria Estadual de Segurança Pública realizou uma operação para prender sete homens acusados de planejar e executar a emboscada cometida contra os agentes penitenciários. Seis deles, que seguem detidos, vão a julgamento nesta quarta.

De acordo com o Sindarspen, sindicato que representa os agentes penais no estado, eles respondem pelos crimes de homicídio e de tentativa de homicídio, com os agravantes de os terem praticado por meio de emboscada, contra agentes de segurança pública e com associação a uma facção criminosa.

O Sindarspen acompanha o processo desde o início e, em julho de 2017, após o recebimento da denúncia, atua como assistente de acusação do caso sendo representado pelo advogado Mário Barbosa. Em entrevista à CBN nesta segunda-feira (22), ele destacou que a possível condenação dos suspeitos vai servir de resposta às organizações criminosas que seguem atuando contra o trabalho realizado no estado pelos órgãos de segurança pública.

Barbosa também comentou o fato de o julgamento ter demorado tanto para ser agendado, lembrando que foi um processo complicado, recheado de recursos apresentados pelos advogados de defesa e a análise minuciosa das provas periciais.

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