SEGUNDA, 08/05/2023, 16:01

Advogado da família de empresário morto pelo próprio sobrinho em restaurante quer que prisão temporária do suspeito seja convertida em preventiva

Assistente de acusação vai pedir ainda que o rapaz responda por tentativa de homicídio, uma vez que ele também teria tentado atirar na esposa do tio. Irmão da vítima se disse aliviado com a prisão, mas garantiu que a família continua com muito medo.

O advogado Luiz Henrique de Carvalho, que representa a família do empresário João Geraldo Moura, morto aos 52 anos pelo próprio sobrinho em um restaurante na zona leste de Londrina no último dia 24, garantiu, em entrevista coletiva nesta segunda-feira (8), que pretende apresentar um pedido na Justiça solicitando que a prisão temporária do suspeito, Gabriel Ferreira de Moura, de 25 anos, seja convertida em preventiva. O acusado, que respondia em liberdade pelo homicídio do tio desde o dia do crime e que chegou a se apresentar na delegacia na última semana, foi preso durante uma operação da Delegacia de Homicídios no início da manhã desta segunda.

O delegado João Reis, que investiga o caso, explicou que resolveu pedir a prisão à Justiça por entender que a detenção do suspeito garantiria a segurança de testemunhas que foram e ainda serão ouvidas. Elas chegaram a procurar a polícia para dizer que estavam se sentindo ameaçadas com Gabriel à solta. Na operação, as equipes também apreenderam a arma de fogo do pai do suspeito.

João Geraldo foi morto no momento em que deixava o restaurante de um posto de combustíveis na avenida das Maritacas. As câmeras de segurança do local flagraram o momento em que Gabriel abriu fogo contra o tio no estacionamento. O empresário tentou correr para o interior do estabelecimento, mas foi perseguido e atingido à queima-roupa por diversos tiros. O homem chegou a ser socorrido com vida, mas faleceu no hospital dias depois. Segundo as investigações, o assassinato teria sido motivado por um desentendimento comercial entre vítima e o acusado. O irmão de João Geraldo, Ezequiel de Moura, confirmou que o homem tinha uma empresa de máquinas agrícolas, onde o sobrinho trabalhava. Gabriel teria plagiado projetos de maquinários e feito vendas por fora, sem o conhecimento do tio, que chegou a entrar na Justiça contra ele por conta disso. Foi depois disso que o empresário, segundo Ezequiel, começou a ser ameaçado pelo rapaz.

João Geraldo registrou um boletim de ocorrência na polícia por conta das ameaças no mesmo dia em que foi baleado. Quando se apresentou à polícia, antes de ser preso, Gabriel alegou que também estava sendo ameaçado pelo tio e que agiu no restaurante para se defender, conforme destacou o delegado de Homicídios.

A versão do suspeito é completamente rechaçada pela família de João Geraldo. O irmão dele, inclusive, disse que os parentes ficaram aliviados com a prisão de Gabriel, mas que todos continuam com muito medo.

Além do pedido de prisão preventiva do rapaz, o assistente de acusação também vai solicitar para que Gabriel responda por tentativa de homicídio, uma vez que, segundo o advogado, o rapaz também teria tentado atirar contra a esposa de João Geraldo.

Em nota, o advogado que representa o acusado afirmou que a prisão dele foi desnecessária, e que deve trabalhar nos próximos dias para apresentar um recurso à Justiça pedindo pela soltura do cliente.

Por Guilherme Batista

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