SEGUNDA, 13/11/2023, 16:58

Advogado da família do jovem que morreu na UPA do jardim do Sol, em Londrina, quer ter acesso às imagens das câmeras de segurança da unidade

Ele também pede para que a polícia colete o depoimento de todos os servidores envolvidos no atendimento do rapaz. Além do processo criminal, o defensor avalia a possibilidade de apresentar ação indenizatória contra a prefeitura.

A família do jovem Nycollas Dias, de 22 anos, que morreu na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do jardim do Sol, na zona oeste de Londrina, no dia 23 do mês passado, contratou um advogado para acompanhar a investigação do caso. Os parentes alegam que a morte do ente querido aconteceu por conta de uma suposta negligência por parte dos servidores da UPA durante o atendimento do rapaz, que já tinha procurado a unidade no dia anterior ao seu falecimento. Na ocasião, ele teria sido medicado com um remédio para tratar ansiedade e, posteriormente, sido liberado pelas equipes.

No dia seguinte, ele voltou a procurar a unidade reclamando de fortes dores e expelindo sangue pela boca. Nycollas chegou a passar por exames, mas acabou sofrendo uma parada cardiorrespiratória enquanto aguardava por transferência para um hospital.

Em entrevista à CBN nesta segunda-feira (13), o advogado que representa a família do rapaz, Diego Silva, reiterou que, no entendimento dos familiares, o atendimento prestado foi inadequado tanto no primeiro como no segundo dia em que o rapaz buscou a unidade. Ele disse que os parentes já enviaram para a polícia o prontuário médico de Nycollas e que, agora, buscará meios para ter acesso às imagens das câmeras de segurança da UPA gravadas nos dias em que o jovem foi atendido. Silva espera, ainda, que todos os servidores envolvidos no atendimento de Nycollas sejam ouvidos na delegacia.

Em relação às imagens do circuito interno, o advogado destacou que, por meio da análise das gravações, vai ser possível comprovar o que já foi dito pela Secretaria de Saúde sobre o caso.

Além da investigação policial, o caso também gerou abertura de procedimento no Ministério Público (MP) e de uma sindicância no Conselho Regional de Medicina (CRM). A Secretaria de Saúde também criou uma comissão para apurar a situação, mas os trabalhos foram engavetados depois da constatação de que o médico responsável pelo atendimento do rapaz não era concursado. O profissional, já afastado das funções, seria funcionário de uma empresa terceirizada que presta serviços à prefeitura. Apesar disso, o advogado da família de Nycollas garantiu que o município também precisa ser responsabilizado, uma vez que o atendimento foi prestado dentro de uma unidade pública de saúde. Tanto é que, além do processo criminal, o defensor disse já avaliar a possibilidade de apresentar uma ação por danos morais contra o município.

Por Guilherme Batista

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