Advogado de defesa de assassino de jovem na Praça Rocha Pombo, em Londrina, alega legítima defesa e diz que vai recorrer da decisão
Acusado da morte de Hannan Silva foi condenado por latrocínio a mais de vinte anos de prisão.
O advogado Rodolfo Moreira, que defende Fernando Inácio Andrade, condenado pela morte de Hannan Silva pela 5ª Vara Criminal de Londrina, enviou uma nota à imprensa nesta quarta-feira (9) informando que vai recorrer da decisão. O acusado foi condenado por latrocínio, que é o roubo seguido de morte, a mais de vinte anos de prisão em regime fechado. A defesa declara que, apesar de respeitar a decisão, já prepara um recurso contra ela, “reafirmando que o crime em questão não se trata de latrocínio, mas sim de um homicídio”, praticado, conforme o comunicado, “em legítima defesa”.
Apesar dos argumentos apresentados pela defesa, a Justiça entendeu que Andrade cometeu o crime de latrocínio, uma vez que roubou o celular da vítima depois de cometer o assassinato. O aparelho, inclusive, foi encontrado com ele por policiais durante uma abordagem realizada na área central da cidade pouco depois de cometer o crime.
Em depoimento à polícia, o acusado confessou o crime, confirmando que sufocou Hannan até a morte com a corda de uma mochila. Ele alegou, entretanto, que só reagiu após ser atacado pela vítima, que, conforme o acusado, teria ido até o local atrás de um programa sexual.
A versão sempre foi rechaçada pela família da vítima. Hannan tinha o sonho de ser jornalista, e teria ido até a praça conversar com garotos de programa na intenção de produzir entrevistas para o seu canal no Youtube. A situação ficou comprovada durante a investigação do caso.
O advogado Gustavo Barroso, que atuou como assistente de acusação representando a família de Hannan, ressaltou a importância da condenação para se fazer justiça.
Vale lembrar que Fernando Inácio Andrade está preso desde o dia em que cometeu o crime contra Hannan. Ele chegou a ficar detido na Penitenciária Estadual de Londrina, mas, atualmente, está no Complexo Médico-Penal em Pinhais, na região metropolitana de Curitiba. A transferência foi realizada depois de um laudo apontar que o criminoso é semi-imputável. Ou seja, ele não tinha plena consciência do que fazia quando cometeu o assassinato. O exame, feito em março deste ano a pedido da defesa, mostrou que o rapaz possui transtornos mentais por conta do uso excessivo de drogas.