Advogados criticam denúncia do Ministério Público em operação que investiga mudanças de zoneamento em Londrina
Promotores denunciaram 13 pessoas, entre vereadores, empresários, membros do Conselho Municipal da Cidade e ex-secretários municipais.
O juiz da 2ª Vara Criminal de Londrina, Delcio Miranda da Rocha, deve decidir nos próximos dias se aceita ou não a denúncia do Ministério Público da Operação ZR-3, ou Zona Residencial 3, que apura possíveis pagamentos indevidos a agentes públicos para mudanças específicas de zoneamento em Londrina. A investigação foi deflagrada no dia 24 de janeiro. Treze pessoas foram denunciadas por 15 diferentes fatos, como corrupção ativa, passiva e associação criminosa. Na lista, estão o ex-presidente da Câmara Municipal, vereador Mário Takahashi, do PV, e Rony Alves, do PTB, afastados 180 dias do Legislativo por ordem judicial. Eles continuam sendo monitorados por tornozeleiras eletrônicas.
Procurado para comentar a denúncia, o advogado do petebista, Maurício Carneiro, criticou a posição dos promotores. Para a defesa, não há um único depoimento ou qualquer prova documental que confirme a existência de suposto crime ou que os acusados teriam praticado qualquer delito.
Segundo Carneiro, o silêncio dos empresários José de Lima Castro e Brasil Teodoro Filho durante depoimento no Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado, o Gaeco, são “fatos incontestáveis de que o vereador Rony jamais pediu ou recebeu qualquer tipo de vantagem”.
Para o advogado, o Ministério Público pecou em não ter cautela nas investigações. Ele ressaltou que acusações sérias estão sendo feitas, mas todas estão desprovidas de indícios. Carneiro foi mais além. Afirmou que a denúncia está pautada em opinião.
O advogado Michel Neme Neto, responsável pela defesa de Mário Takahashi, informou que não comentaria o assunto porque não teve acesso ao posicionamento do MP. O advogado Marcos Ticianelli, que defende Ignes Dequech, ex-presidente do Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano, o Ippul, na gestão Kireeff, avaliou que a sua cliente é inocente, mas não quis gravar entrevista.
O advogado Luciano Molina, que representa Luis Guilherme Alho, apontado como um dos intermediadores para pagamento de propina aos vereadores, estava com o celular desligado.