Agentes de endemias vão visitar 11.800 imóveis para elaboração do primeiro Liraa, Levantamento de Infestação do Aedes aegypti, de 2023 em Londrina.
Trabalhos têm início nesta terça-feira (3) com a participação de 180 profissionais. No ano passado, cidade registrou mais de 3 mil casos e duas mortes pela doença.
A Secretaria Municipal de Saúde iniciou nesta terça-feira (3) as atividades do novo Liraa, o Levantamento de Infestação do Aedes Aegypti, em Londrina. É o primeiro trabalho de campo para medir a incidência dos focos do mosquito da dengue na cidade de 2023. As atividades estão sendo realizadas por 180 agentes de endemias, que vão percorrer 11.800 imóveis da zona urbana de Londrina fazendo vistorias em busca de focos contendo larvas ou ovos do Aedes. O levantamento deve ser concluído até sexta-feira (6), quando iniciam as análises laboratoriais das amostras coletadas e a tabulação dos dados obtidos.
De acordo com o Ministério da Saúde, municípios com índice de infestação predial inferior a 1% estão em condições satisfatórias; índice de 1% a 3,9% é considerado situação de alerta; e superior a 4% é classificado como risco de epidemia de dengue. O último LIRAa realizado em Londrina apontou um índice de 3%. Isso significa que a cada 100 imóveis inspecionados, três possuíam focos do mosquito transmissor da dengue.
Em relação à situação da dengue no município, o relatório da secretaria - com dados de 1° de janeiro até o dia 28 de dezembro - indicou 3.182 casos confirmados da doença. Dentre as 14.405 notificações registradas no ano passado, 10.195 foram descartadas e 1.028 prosseguem em análise. Houve ainda dois óbitos provocados pela doença na cidade.
Segundo a secretaria, o Liraa é essencial para que o poder público consiga identificar quais regiões da cidade apresentam os maiores índices e, consequentemente, traçar estratégias para diminuir os números. Tanto é que, além de mapear os imóveis com os criadouros, os agentes, com carga de oito horas de trabalho por dia, também vão utilizar as armadilhas ovitrampas para coletar os ovos do mosquito que, posteriormente, serão descartados. Atualmente, a cidade tem 200 armadilhas instaladas que, em todo o segundo semestre do ano passado, foram responsáveis pela retirada de mais de 100 mil ovos do Aedes.
O secretário municipal de Saúde, Felippe Machado, lembrou que, como praticamente todos os criadouros são encontrados nos quintais das casas das pessoas, a população também precisa continuar fazendo a parte dela contra a proliferação dos focos do mosquito.